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Engenheiros são presos após morte em obra
Segundo a PM, donos de construtora adulteravam o local onde servente de pedreiro morreu, em um prédio na Mooca
Flagrados, acusados teriam tentado subornar policiais, que prepararam o flagrante e prenderam dupla quando o pagamento era realizado
JULIANNA GRANJEIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os engenheiros Roberto
Bussab, 63, e Takao Kageyama,
65, proprietários da Honduras
Engenharia e Construções, foram presos ontem em flagrante
ao serem surpreendidos pela
Polícia Militar no momento em
que adulteravam o local da
morte de um trabalhador.
O servente de pedreiro José
Aparecido Ferreira da Silva, 18,
morreu na tarde de ontem na
Mooca, zona leste de São Paulo.
De acordo com a polícia, ele
trabalhava na construção de
um prédio residencial, que estava sob responsabilidade de
um engenheiro da construtora,
quando caiu do 10º andar.
Após o acidente, na rua Padre
Raposo, trabalhadores ligaram
para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência),
que constatou a morte do servente e acionou a Polícia Militar por volta das 15h.
Segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ao chegar ao prédio em
construção, os policiais viram
Kageyama colocando uma proteção chamada guarda-corpo
no local de onde a vítima caiu.
A PM, então, questionou o
empresário sobre o motivo de
ele estar mexendo no local do
acidente. Em seguida, Kageyama e Bussab ofereceram -ainda de acordo com a versão oficial- R$ 10 mil para que os policiais "não vissem que ele estava modificando o local".
Os policiais militares combinaram, então, que o dinheiro
deveria ser entregue em frente
à 3ª Delegacia sobre Infrações
do Meio Ambiente e Relações
do Trabalho, no Bom Retiro,
região central de São Paulo. No
momento da entrega, os dois
engenheiros foram presos.
Crimes
Até o final da noite de ontem,
a ocorrência ainda estava em
andamento na delegacia. Kageyama e Bussab seriam indiciados ainda ontem sob a acusação
de corrupção, fraude processual e homicídio culposo (sem
intenção de matar).
Eles foram encaminhados à
carceragem do 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria (zona
norte), local que, geralmente,
abriga presos com diploma superior. Procurado pela Folha, o
advogado dos engenheiros, que
não se identificou, preferiu não
se manifestar por ainda não ter
elaborado a defesa dos clientes.
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