|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Promotor defende
solução mais rápida
ROBERTO PELLIM
ENVIADO ESPECIAL A POÇOS DE CALDAS
Reduzir a morosidade no combate aos danos ambientais. É com
esse objetivo que o promotor Luciano Badini defende a aplicação
dos termos de ajustamento de
conduta (TACs) em acidentes que
agridem o ambiente ou em ações
para prevenir esses casos.
Badini é o coordenador-geral da
primeira Promotoria criada no
mundo para cuidar de um ecossistema. Ele e mais quatro promotores trabalham exclusivamente
para a Promotoria de Justiça de
Defesa do Rio São Francisco. Ligado ao Ministério Público de Minas Gerais, o órgão já ganhou "irmãos" na Bahia, em Pernambuco,
em Alagoas, em Sergipe, em Goiás
e no Distrito Federal. Todos
atuam na bacia hidrográfica do
rio São Francisco, que abrange
um terço do território mineiro.
Badini participou ontem, no
Dia Mundial do Meio Ambiente,
do Fórum Nacional das Águas,
em Poços de Caldas (MG). Em
sua apresentação, defendeu o uso
dos TACs.
Justiça lenta
Segundo Badini, uma sentença
judicial, obtida após ação civil pública, pode levar anos. Já o TAC
pode ser assinado em um curto
prazo -e não deixa de ter valor
legal, já que, "se o réu descumprir
o termo, poderá ser processado e
condenado na Justiça".
O promotor também defende
que a multa ambiental seja atrelada a medidas de recuperação da
área degradada.
"A multa que uma empresa recebe por ter poluído ou assoreado
o lago poderia ser revertida para a
construção de áreas de despejo do
material que antes era jogado na
água", explica Badini.
O promotor embasa a idéia na
sua própria experiência. No ano
passado, a Promotoria firmou 130
TACs. Houve só quatro ações civis públicas e uma de improbidade administrativa ambiental (o
caso está em tramitação).
A Promotoria de Justiça de Defesa do Rio São Francisco passou
a funcionar oficialmente em fevereiro de 2002. Em 2001, convênio
com o Ministério do Meio Ambiente repassou R$ 1,4 milhão para a compra de equipamentos.
O órgão já definiu as áreas críticas na bacia: recuperação da mata
ciliar (entorno de rios, que ajuda a
evitar erosões e o assoreamento),
combate a lixões e mudança no
processo de irrigação, que, segundo ele, é arcaico, desperdiça água
e causa danos ao ambiente.
O jornalista Roberto Pellim viajou a
convite da Prefeitura de Poços de Caldas
Texto Anterior: Prefeitura implementa projeto de coleta seletiva Próximo Texto: Santo André ganha parque municipal Índice
|