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DIA DOS NAMORADOS
A conquista amorosa chegou a ser tema do poeta romano Ovídio, em seu livro "A Arte de Amar"
Encontro de parceiro é dilema desde a Antigüidade
CÍNTIA CARDOSO
FLÁVIA MARREIRO
DA REVISTA
Na semana da TPN (Tensão
pré-Dia dos Namorados), vale
lembrar a solteiros ansiosos que a
busca de parceiro mobiliza a humanidade desde a Antigüidade.
"Cansado de passar o Dia dos Namorados sozinho?" poderia ser o
slogan do livro "A Arte de Amar",
do poeta romano Ovídio (43 a.C.-17d.C.), que nem destoaria em
uma prateleira de livraria ao lado
de "Chega de Rolo, Eu Quero É
Namoro" (Sergio Savian) ou
"Amar Bem" (de Moacir Costa).
"O amor é uma espécie de serviço militar. Para trás, homens covardes", desafia Ovídio, antes de
sugerir estratégias de conquista.
Séculos depois, o vocabulário bélico do amor ganhou um certo ar
empreendedor -sinal dos tempos. Expressões como "currículo
afetivo-amoroso" e "personal
trainer da conquista" são comuns
na literatura de auto-ajuda.
"A Arte de Amar", publicado no
ano 2 a.C., já trazia dicas sobre a
busca ao pretendente. Moda masculina, orgasmo feminino e etiqueta nos festins e no circo também estavam na agenda de Ovídio, mais famoso por sua obra sobre mitologia clássica.
"O amor em Roma está mais
próximo dos nossos dias do que o
censo comum faz crer", diz Lourdes Feitosa, pesquisadora do Núcleo de Estudos Estratégicos da
Unicamp, que estuda amor e gênero na Roma antiga.
O poeta romano já usava palavras de ordem para valorizar auto-estima e auto-conhecimento
-cânone onipresente dos receituários "arranje seu par": "Somente aquele que se conhecer será sábio em seus amores e permitirá os exercícios de suas forças".
A dica vale ainda hoje, a uma semana do dia mais meloso do ano.
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