São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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DIA DOS NAMORADOS

A conquista amorosa chegou a ser tema do poeta romano Ovídio, em seu livro "A Arte de Amar"

Encontro de parceiro é dilema desde a Antigüidade

CÍNTIA CARDOSO
FLÁVIA MARREIRO
DA REVISTA

Na semana da TPN (Tensão pré-Dia dos Namorados), vale lembrar a solteiros ansiosos que a busca de parceiro mobiliza a humanidade desde a Antigüidade. "Cansado de passar o Dia dos Namorados sozinho?" poderia ser o slogan do livro "A Arte de Amar", do poeta romano Ovídio (43 a.C.-17d.C.), que nem destoaria em uma prateleira de livraria ao lado de "Chega de Rolo, Eu Quero É Namoro" (Sergio Savian) ou "Amar Bem" (de Moacir Costa).
"O amor é uma espécie de serviço militar. Para trás, homens covardes", desafia Ovídio, antes de sugerir estratégias de conquista. Séculos depois, o vocabulário bélico do amor ganhou um certo ar empreendedor -sinal dos tempos. Expressões como "currículo afetivo-amoroso" e "personal trainer da conquista" são comuns na literatura de auto-ajuda.
"A Arte de Amar", publicado no ano 2 a.C., já trazia dicas sobre a busca ao pretendente. Moda masculina, orgasmo feminino e etiqueta nos festins e no circo também estavam na agenda de Ovídio, mais famoso por sua obra sobre mitologia clássica.
"O amor em Roma está mais próximo dos nossos dias do que o censo comum faz crer", diz Lourdes Feitosa, pesquisadora do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, que estuda amor e gênero na Roma antiga.
O poeta romano já usava palavras de ordem para valorizar auto-estima e auto-conhecimento -cânone onipresente dos receituários "arranje seu par": "Somente aquele que se conhecer será sábio em seus amores e permitirá os exercícios de suas forças". A dica vale ainda hoje, a uma semana do dia mais meloso do ano.


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