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PT serve merenda de rede municipal na Câmara para constranger governistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Arroz com legumes, feijão
pré-cozido e carne enlatada.
O tucano José Police Neto,
líder do governo, é o primeiro
a raspar o prato. A petista
Claudete Alves faz careta a cada garfada. O pedetista Claudio Prado até esboça elogios,
"mas esse arroz...".
Seis vereadores de São Paulo, de um total de 55, provaram
ontem o cardápio servido como merenda em parte das escolas da rede municipal. O petebista Adilson Amadeu até
passou pelo restaurante da
Câmara onde estava a comida,
mas disse "não, obrigado".
Os produtos eram os mesmos da merenda da rede e foram obtidos por Paulo Fiorilo
(PT), que preside uma subcomissão que fiscaliza o que é
oferecido aos alunos. De posse
dos ingredientes, o vereador
chamou os colegas para experimentar a merenda a fim de
criticar a qualidade da comida,
o que causou desconforto entre os aliados do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
"Não pode virar chacota",
reclamava Police Neto, enquanto questionava os métodos da oposição. "Poucos alunos comem isso. É comida servida em escola que não tem estrutura de cozinha", disse.
"Por que a prefeitura compra uma carne enlatada com
validade de três anos e proíbe
as terceirizadas que atendem a
parte da rede de servir o mesmo produto?", questionou
Fiorilo, para quem o almoço
deixou a desejar.
Wadih Mutran (PP), da base
governista, tentava se mostrar
satisfeito: "Só dá para questionar se a comida for estragada.
O resto, é questão de gosto".
Agnaldo Timóteo (PR), outro aliado de Kassab, também
defendeu: "Quantos milhões
de brasileiros não gostariam
de comer um prato assim? Tudo muito degustável". E um
minuto depois, perguntou:
"Tem uma pimentinha?".
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