São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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Brasil e França adotam estratégias distintas

CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Em busca dos destroços do Airbus, as autoridades brasileiras e francesas adotam posições distintas. Enquanto do lado brasileiro as declarações são abundantes, do lado francês os responsáveis pela investigação adotam um tom cauteloso.
Desde a constatação do desaparecimento do voo, a Air France, a Airbus, fabricante do avião, e o BEA (escritório de investigação e análise) emitiram comunicados sucintos.
Durante as entrevistas coletivas, a estratégia é a de enfatizar que, enquanto não houver algum dado concreto, os órgãos competentes não farão especulações sobre as prováveis causas do acidente.
"As autoridades francesas dizem há vários dias que é preciso ser extremamente prudente", disse ao canal "i télé" o secretário de Estado dos Transportes da França, Dominique Bussereau, em relação à condução das investigações.
Após a confirmação de que os objetos recolhidos no Atlântico pela Força Aérea Brasileira não pertenciam à aeronave desaparecida, Bussereau, embora sem criticar diretamente o governo brasileiro, pediu mais uma vez prudência em relação aos dados da investigação.
Ele disse que "enquanto não se encontrar as caixas-pretas e os verdadeiros destroços que nos possam dar alguma indicação", não se deve declarar nada.
Em uma entrevista ao jornal "Le Figaro", Pierre Sparaco, especialista em aviação e membro da Academia do Ar e do Espaço, criticou as autoridades brasileiras. "Elas administram desastrosamente a situação. Sobretudo o ministro da Defesa [Nelson Jobim], que faz declarações demais, ele tem uma tendência a querer explicar a situação e a fazer comentários em excesso", disse Sparaco.
Na quinta-feira passada, o porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas da França, o capitão Christophe Prazuck, já havia declarado: "Não detectamos nada. Nem destroços, nem objetos nem manchas de óleo".


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