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Governo transforma trecho da futura linha 6 em metrô leve
Secretaria desiste de bifurcação na Freguesia do Ó e inclui nova linha, desta vez de superfície, com trens e custos menores; é a segunda alteração no projeto
RICARDO SANGIOVANNI
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez em menos
de um ano e meio, o governo de
São Paulo alterou o projeto da
linha 6-laranja do metrô, que
pretende ligar o centro à zona
norte da cidade passando por
parte da região oeste e pela Freguesia do Ó.
O Estado desistiu de fazer
uma bifurcação a partir da futura estação Freguesia do Ó.
Anunciada em dezembro, ela
dava à linha um formato em "Y"
(inédito na cidade) e levava o
metrô a dois bairros periféricos: Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha.
Agora, a linha 6-laranja, de
fato, irá da Brasilândia até a estação São Joaquim da linha 1-azul, na região central. A "perna" do "Y" que seguiria em direção à Vila Nova Cachoeirinha
foi transformada em uma nova
linha, a 16-prata.
Ela será um metrô leve (de
superfície, com trens menores
e de construção mais barata) e
irá até a estação Lapa da linha
7-rubi (Jundiaí-Luz) da CPTM,
cruzando a futura linha 6.
O trajeto da linha 16-prata é
semelhante ao proposto pela
ex-prefeita Marta Suplicy (PT)
nas eleições do ano passado
-que foi criticado pela gestão
José Serra (PSDB). O governo
não comentou esse assunto.
O cronograma de construção
da linha 6 foi mantido: início
das obras no último trimestre
de 2010, com conclusão no primeiro semestre de 2013. O custo, antes estimado em R$ 2 bilhões, não foi atualizado.
Já a linha 16-prata, cuja primeira versão do projeto deve
sair até o final deste ano, ainda
não tem custo estimado nem
prazo para sair do papel.
Segundo especialistas, a opção pelo metrô leve pode reduzir pela metade o investimento
necessário para o subterrâneo,
cujo preço por quilômetro vai
de US$ 60 milhões a US$ 100
milhões. Por outro lado, a depender do trajeto, pode implicar mais desapropriações.
Um recurso é a construção de
vias elevadas (como no Fura-Fila), que podem ter impacto
negativo na paisagem se usadas
em excesso, dizem urbanistas.
Vai e vem
O projeto da linha 6 foi lançado por Serra e pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em evento
em março do ano passado
-pouco após o trânsito da cidade ter batido seguidos recordes
de congestionamentos.
Originalmente, ela ia da Freguesia do Ó a São Joaquim. Em
dezembro, em novo evento,
Serra e Kassab anunciaram o
"Y" que expandiria a linha.
Ontem, a Secretaria dos
Transportes Metropolitanos
negou que os anúncios anteriores tenham sido precipitados.
Segundo a pasta, a nova alteração foi definida após técnicos
avaliarem que a demanda de
passageiros até Vila Nova Cachoeirinha não justifica a opção
por metrô subterrâneo.
Optou-se, então, pelo metrô
leve, que, mesmo tendo metade
da capacidade do tradicional,
será suficiente para atender a
região. A pasta não quantificou
a demanda de passageiro projetada para cada uma das linhas.
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