São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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Governo transforma trecho da futura linha 6 em metrô leve

Secretaria desiste de bifurcação na Freguesia do Ó e inclui nova linha, desta vez de superfície, com trens e custos menores; é a segunda alteração no projeto

RICARDO SANGIOVANNI
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez em menos de um ano e meio, o governo de São Paulo alterou o projeto da linha 6-laranja do metrô, que pretende ligar o centro à zona norte da cidade passando por parte da região oeste e pela Freguesia do Ó.
O Estado desistiu de fazer uma bifurcação a partir da futura estação Freguesia do Ó. Anunciada em dezembro, ela dava à linha um formato em "Y" (inédito na cidade) e levava o metrô a dois bairros periféricos: Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha.
Agora, a linha 6-laranja, de fato, irá da Brasilândia até a estação São Joaquim da linha 1-azul, na região central. A "perna" do "Y" que seguiria em direção à Vila Nova Cachoeirinha foi transformada em uma nova linha, a 16-prata.
Ela será um metrô leve (de superfície, com trens menores e de construção mais barata) e irá até a estação Lapa da linha 7-rubi (Jundiaí-Luz) da CPTM, cruzando a futura linha 6.
O trajeto da linha 16-prata é semelhante ao proposto pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT) nas eleições do ano passado -que foi criticado pela gestão José Serra (PSDB). O governo não comentou esse assunto.
O cronograma de construção da linha 6 foi mantido: início das obras no último trimestre de 2010, com conclusão no primeiro semestre de 2013. O custo, antes estimado em R$ 2 bilhões, não foi atualizado.
Já a linha 16-prata, cuja primeira versão do projeto deve sair até o final deste ano, ainda não tem custo estimado nem prazo para sair do papel.
Segundo especialistas, a opção pelo metrô leve pode reduzir pela metade o investimento necessário para o subterrâneo, cujo preço por quilômetro vai de US$ 60 milhões a US$ 100 milhões. Por outro lado, a depender do trajeto, pode implicar mais desapropriações.
Um recurso é a construção de vias elevadas (como no Fura-Fila), que podem ter impacto negativo na paisagem se usadas em excesso, dizem urbanistas.

Vai e vem
O projeto da linha 6 foi lançado por Serra e pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em evento em março do ano passado -pouco após o trânsito da cidade ter batido seguidos recordes de congestionamentos.
Originalmente, ela ia da Freguesia do Ó a São Joaquim. Em dezembro, em novo evento, Serra e Kassab anunciaram o "Y" que expandiria a linha.
Ontem, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos negou que os anúncios anteriores tenham sido precipitados.
Segundo a pasta, a nova alteração foi definida após técnicos avaliarem que a demanda de passageiros até Vila Nova Cachoeirinha não justifica a opção por metrô subterrâneo.
Optou-se, então, pelo metrô leve, que, mesmo tendo metade da capacidade do tradicional, será suficiente para atender a região. A pasta não quantificou a demanda de passageiro projetada para cada uma das linhas.


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