São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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CARLOS BARRELLA (1929-2010)

Defendeu 50 times de futebol

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Carlito era fanático por futebol. Quando jovem, defendeu a camisa de 50 times de várzea -chegou a integrar vários ao mesmo tempo.
Certa vez, foi convidado por um time recém-criado para uma pelada. Empolgado, Carlos Barrella aceitou a proposta. Quando chegou ao campo, veio o constrangimento: a partida seria contra o São Jorge, seu time oficial, no qual tinha dado o cano.
A paixão pelo esporte continuou quando ele se tornou adulto. Passou a dividir seu tempo entre o trabalho, no setor de contabilidade de um laboratório, e as disputas em campo organizadas pelos funcionários da empresa.
Foi no serviço que ele e a mulher, Lorecy, se conheceram. De tão apaixonado, costumava ficar no portão da casa onde morava, na rua Tupi, centro de São Paulo, para vê-la passar -a empresa, onde a mulher também trabalhava, ficava na mesma rua.
Casou-se em 1954 e teve três filhos, sete netos e uma bisneta. Tornou-se oficial de Justiça estadual, fez faculdade de direito e prestou concurso para exercer a mesma profissão no âmbito federal. Os dois filhos homens seguiram a mesma carreira.
Conforme as responsabilidades na vida aumentavam, a atenção dada aos jogos de futebol com os colegas diminuía. Carlito limitou-se a ir aos estádios torcer pelo Palmeiras. Em 1990, desistiu depois de ver muita violência.
Desde então, fazia questão de assistir a todos os jogos transmitidos pela televisão, como conta a filha Paula.
Morreu no domingo passado, de infarto, aos 80 anos. A missa de sétimo foi realizada ontem em São Paulo.

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