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CARLOS BARRELLA (1929-2010)
Defendeu 50 times de futebol
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
Carlito era fanático por futebol. Quando jovem, defendeu a camisa de 50 times de
várzea -chegou a integrar
vários ao mesmo tempo.
Certa vez, foi convidado
por um time recém-criado
para uma pelada. Empolgado, Carlos Barrella aceitou a
proposta. Quando chegou ao
campo, veio o constrangimento: a partida seria contra
o São Jorge, seu time oficial,
no qual tinha dado o cano.
A paixão pelo esporte continuou quando ele se tornou
adulto. Passou a dividir seu
tempo entre o trabalho, no
setor de contabilidade de um
laboratório, e as disputas em
campo organizadas pelos
funcionários da empresa.
Foi no serviço que ele e a
mulher, Lorecy, se conheceram. De tão apaixonado, costumava ficar no portão da casa onde morava, na rua Tupi,
centro de São Paulo, para vê-la passar -a empresa, onde a
mulher também trabalhava,
ficava na mesma rua.
Casou-se em 1954 e teve
três filhos, sete netos e uma
bisneta. Tornou-se oficial de
Justiça estadual, fez faculdade de direito e prestou concurso para exercer a mesma
profissão no âmbito federal.
Os dois filhos homens seguiram a mesma carreira.
Conforme as responsabilidades na vida aumentavam,
a atenção dada aos jogos de
futebol com os colegas diminuía. Carlito limitou-se a ir
aos estádios torcer pelo Palmeiras. Em 1990, desistiu depois de ver muita violência.
Desde então, fazia questão
de assistir a todos os jogos
transmitidos pela televisão,
como conta a filha Paula.
Morreu no domingo passado, de infarto, aos 80 anos. A
missa de sétimo foi realizada
ontem em São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
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