São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

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Rio isola líderes dos bombeiros presos

Estado improvisa espaço para centenas de amotinados na prisão; Cabral elogia lealdade de quem não aderiu à invasão

Bombeiros recebem manifestantes como heróis; 300 pessoas acamparam em frente da Assembleia do Rio


Rafael Andrade/Folhapress
Bombeiro chora em protesto pela libertação de colegas presos, no último sábado, no Rio

ELVIRA LOBATO
MARCO ANTÔNIO MARTINS

DO RIO

DAMARIS GIULIANA
GABRIELA CAESAR

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O governo do Rio isolou os líderes dos bombeiros grevistas e improvisou um espaço para mantê-los presos.
Cerca de dez oficiais e lideranças do movimento foram separados do grupo de 439 presos e levados para o Grupamento Especial de Policiamento, em São Cristóvão (zona norte do Rio).
Os outros manifestantes presos, após a invasão do Quartel Central da corporação sexta-feira à noite, foram recebidos como heróis no quartel de Jurujuba, em Niterói, transformado em presídio improvisado.
"Agora, eles estão em casa, sendo tratados por colegas simpatizantes da causa", afirmou o advogado José Ricardo de Assis, que defende quatro oficiais presos.
Um bombeiro que estava de plantão na chegada dos presos, ontem, disse que eles foram recebidos com aplausos e palavras de incentivo.
A solidariedade dos demais membros da corporação preocupa o governo. Ontem, o novo comandante-geral dos Bombeiros, coronel Sérgio Simões, se reuniu com comandantes dos quartéis.
Em nota, o governador Sergio Cabral (PMDB) disse que os 17 mil bombeiros "orgulham o Estado" e que os que "são leais à premissa do salvamento têm e merecem do governo do Rio o diálogo".
Cabral afirmou que os invasores cometeram "um gesto de imensa irresponsabilidade" ao invadir o quartel levando crianças e marretas.
A categoria quer o aumento do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil. No sábado, Cabral disse que até o final do ano o pleito será atendido.

DEPOIMENTOS
A Folha entrevistou, por celular, três dos detidos: o subtenente reformado Jorge Antonio de Freitas, 55, um sargento da ativa e um cabo que afirmou ser do serviço reservado da corporação.
Os dois primeiros disseram que faltou comida para os presos sábado e que eles passaram a noite em um micro-ônibus. O terceiro contou que fora escalado para se infiltrar entre os manifestantes. "Meu comandante tentou me soltar, mas disseram que lá quem manda era o corregedor. Estou preso até agora."
Os manifestantes podem ser indiciados por motim, danos ao patrimônio público e por impedir a saída de unidades de socorro.
Cerca de 300 bombeiros e familiares acamparam ontem nas escadarias da Assembleia Legislativa em protesto à prisão do grupo.


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