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Fabricante defende atual legislação
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
Os fabricantes brasileiros de armas estão usando uma tradicional
arma de lobby para tentar derrubar o projeto que proíbe a venda de
armamentos no país -começaram uma campanha para tentar
conseguir 4 milhões de assinaturas
em um abaixo-assinado a ser levado ao governo.
O documento defende a idéia de
que "a venda de armas legais não é
responsável pelo quadro de violência atual".
No Brasil, existem cinco fabricantes de armamentos e munições,
mas as empresas que têm porte e
poder de fogo para fazer lobby
contra o projeto de desarmamento
são duas, a Forjas Taurus, com sede em Porto Alegre (RS), e a CBC
(Companhia Brasileira de Cartuchos), em Ribeirão Pires (SP).
Os fabricantes querem conseguir
o apoio não apenas das pessoas
que têm armas e dos donos de lojas
que vendem armamentos e munições, mas querem ampliar o escopo dos que podem apoiar a campanha, incluindo quem é contra a
adoção de restrições às liberdades
individuais e principalmente os
que acham que o projeto poderá
incentivar o contrabando e a venda de armas ilegais.
O principal argumento a ser esgrimido pelos fabricantes em defesa das vendas de armas é que a
atual legislação já é suficientemente severa e que se for cumprida à
risca evitará violência e, mais, poderá reduzir o número de armas
em mãos de criminosos ou de pessoas que não sabem usá-las.
O grande problema hoje seria o
desrespeito à lei 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, que criou o Sistema Nacional de Armas, com uma
série de normas sobre a obrigatoriedade de registro das armas e regras para obtenção do seu porte,
dizem os fabricantes, que só fornecem informações à imprensa, até
agora, por meio de comunicados
ou sob a condição de não serem
identificados.
Para eles, haveria maior controle
sobre quem tem arma se a polícia e
a Justiça começassem realmente a
punir os infratores.
"Para portar um revólver deve-se
comprovar idoneidade, comportamento social produtivo, capacidade técnica de manuseio e, sobretudo, aptidão psicológica", disse
Carlos Murgel, presidente da associação dos fabricantes de armas,
por meio de sua assessoria.
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