São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004

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EDUCAÇÃO

Secretário defende métodos adotados no Saresp

Chalita diz que forma de correção não compromete avaliação escolar

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Educação, Gabriel Chalita, negou ontem que o resultado do Saresp 2003 -exame de avaliação do desempenho escolar feito pelo governo do Estado- tenha sido comprometido pelo fato de as redações dos alunos terem sido corrigidas pelos próprios professores das escolas onde estudam.
"Em todos os anos, foram os professores que corrigiram os exames do Saresp. Sempre foi assim. Não é o professor do aluno [que corrige o exame]. É um outro professor. São 4,8 milhões de provas. Quem vai corrigi-las? Os professores, claro". Chalita disse ainda que os professores não tiveram acesso ao nome nem à sala do aluno da prova a ser corrigida.
O secretário omitiu o fato de que, antes de 2003, a correção do exame era diferente. Os professores corrigiam provas de escolas de outras regiões, e não de suas próprias escolas.

Críticas
Houve recomendação da Secretaria da Educação para que professores avaliassem alunos de classes para as quais não lecionam. Mas, na prática, nem sempre isso ocorreu.
Especialistas ouvidos pela Folha na semana passada criticaram a sistemática de avaliação. "No Saresp, o trabalho do professor também está sendo avaliado. Não tem lógica o avaliado se avaliar", disse Elvira Souza Lima, consultora internacional de educação.
Por conta do Saresp, Integrantes do MSU (Movimento dos Sem Universidade) abriram representação contra o governo do Estado no Ministério Público Estadual.
Segundo o promotor de direitos difusos e coletivos da infância e juventude, Vidal Serrano, já foram pedidas informações sobre a correção do exame à Secretaria da Educação. Serrano disse que vai analisar se a forma de avaliação distorceu os resultados. "A questão é corrigir [eventuais problemas] nos exames futuros", disse.


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