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"Não fiz nada por má-fé", diz político, que vê ação de inimigos em acusação
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado estadual Geraldo
Lopes alegou à Folha ter sido
vítima de uma fraude para a
obtenção do certificado de conclusão do ensino médio.
Embora nunca tenha participado das aulas na escola pública de Salvador, ele disse que
imaginou que poderia obter
um diploma fazendo só uma
prova, conforme explicou a ele
um intermediário que anunciava essa oportunidade.
"Hoje, como tenho um conhecimento bem maior das
coisas, posso perceber que
realmente algo estava errado.
Mas juro que não fiz nada por
má-fé", afirmou.
"Quando fui lá fazer a prova,
havia umas 30 pessoas na sala,
gente do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo", conta.
Lopes afirmou que não desconfiou da fraude por envolver
uma instituição pública. "Eu
não me preocupei tanto porque
pensei: é uma escola pública."
Questionado sobre por que
não foi verificar a situação após
receber um certificado que dizia que ele havia cumprido
uma carga horária de 1.600 horas, Lopes afirmou que nem
chegou a perceber essa informação em seu documento.
O político do PMDB disse
que pretende tomar as medidas possíveis para regularizar a
situação. Ele afirmou que a denúncia obtida pela Folha tem
motivação política, de pessoas
que querem prejudicá-lo e denegrir a sua imagem. Disse, porém, que preferia não revelar
por enquanto quem são elas.
O deputado disse que a prova
feita em Salvador não foi difícil
e que nunca mais conseguiu falar no celular do intermediário
que recebeu seu pagamento.
Lopes deu essas explicações
ontem, por telefone. No dia anterior, recebeu a reportagem
em seu gabinete e disse inicialmente que havia freqüentado a
escola estadual em Salvador.
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