São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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TJ também nega júri separado para Suzane

Pedido idêntico feito pelos advogados já tinha sido negado pelo juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri

Defesa alega que a jovem será acusada pelo promotor e pelos irmãos Cravinhos, o que resultará em seis horas de ataques contra ela


DA REPORTAGEM LOCAL

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou a liminar que pedia a cisão do julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. O júri está marcado para o próximo dia 17 de julho.
Os três são acusados do assassinato dos pais dela, Manfred e Marísia, mortos em outubro de 2002. O casal foi assassinado a pauladas.
Para o desembargador Damião Cogan, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, "assim como todos os acusados participaram e estão denunciados pelos mesmos crimes de competência do júri, é de reconhecer evidente conexão, não havendo razão para separação de julgamentos", disse Cogan em seu despacho, segundo informou a assessoria do TJ.
O mesmo pedido já havia sido negado pelo juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, na última segunda-feira.
Um dos advogados de Suzane, Mário Sérgio de Oliveira, disse que a defesa estuda que medida será tomada agora, já que o mérito do pedido de cisão ainda não foi julgado.
Para ele, "o julgamento conjunto dos réus contraria o pleno direito de defesa previsto na Constituição Federal".
"Todo mundo sabe que a Promotoria e a defesa dos Cravinhos querem jogar toda a culpa sobre a Suzane. Como o promotor terá direito a quatro horas para suas argumentações, e as duas defesas terão direito a duas horas cada, na prática haverá seis horas anti-Suzane e apenas duas horas para a defesa dela", diz o advogado.
Na hipótese de haver dois julgamentos, um para Suzane e outro para os Cravinhos, seriam duas horas e meia para a defesa e duas horas e meia para o promotor, em cada um. "Estão montando um caldeirão de bruxaria para condenar a Suzane", diz o advogado.
De acordo com a assessoria de imprensa do tribunal, o mérito deve ser julgado nos próximos 15 dias. (LUÍSA BRITO e LAURA CAPRIGLIONE)

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