São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

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Prefeitura faz recapeamentos, mas demora para sinalizar vias

Avenidas ficam sem faixas de rolamento e de pedestres por até três meses


Avenida Imperatriz Leopoldina foi recapeada entre março e abril e está sem sinalização de solo


EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) propagandeia que sua gestão faz o maior programa de recapeamento da história de São Paulo.
Sem entrar no mérito dos números, fato é que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não acompanha o ritmo de recapeamentos pela cidade. Após ser recapeada, a rua ou avenida passa até meses sem sinalização no solo, colocando em risco os motoristas.
Há também uma ilegalidade: o Código de Trânsito brasileiro proíbe que as vias sejam abertas ao tráfego sem que a sinalização esteja completa.
A Folha passou na semana passada por três avenidas importantes recapeadas há pelo menos três meses com sinalização de solo deficitária.
Os 1.790 metros da avenida Imperatriz Leopoldina, na Vila Leopoldina (zona oeste), foram recapeados entre março e abril, segundo moradores e motoristas de táxi. Até hoje, a sinalização de solo -que inclui faixas de rolamento e de pedestres- sequer começou a ser feita.
A avenida Paes de Barros, na Mooca (zona leste), teve 720 metros recapeados também entre março e abril e só na semana passada a sinalização de solo começou a ser pintada.
Na avenida Ragueb Chofi, em São Mateus (zona leste), os 5.500 metros de extensão foram recapeados no início deste ano e a sinalização de solo só foi feita há 15 dias, segundo moradores. Mas, ainda há trechos sem faixas de pedestres.
Segundo a Secretaria das Subprefeituras, foram realizados, entre outubro de 2005 e abril deste ano, 751 km de recapeamentos de vias. Até outubro mais 284,5 km serão feitos.
A Folha procurou a CET durante dois dias na semana passada para obter informações sobre a demora na sinalização, mas não obteve resposta. A empresa também não informou as datas de início e fim da sinalização nas duas avenidas da zona leste e a previsão para a realização da obra na avenida Imperatriz Leopoldina.
O problema também é crônico em avenidas com asfalto mais antigo. A avenida Ricardo Jafet (zona sul), por exemplo, recapeada há pelo menos cinco anos, está com a sinalização de solo apagada.
Situação ruim também foi achada nas avenidas Bandeirantes (zona sul) e Sapopemba (zona leste) e em ruas secundárias de praticamente todos os bairros percorridos nas zonas leste e oeste.
Luiz Célio Bottura, especialista em engenharia urbana, disse que a falta de sinalização de solo leva perigo para o trânsito. "O perigo é total para o motorista. E o motorista pode processar a prefeitura por qualquer problema que acontecer", afirmou o engenheiro.


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