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ANÁLISE
Crimes refletem preconceito de boa parte da população
SÉRGIO CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Devemos pensar em como
enfrentar a homofobia e os
crimes de ódio que ela motiva. Um esforço importante
foi feito pela Fundação Perseu Abramo, ao conduzir em
2009 uma pesquisa nacional.
Disseram sentir "antipatia", "repulsa" e até "ódio"
por lésbicas, gays, travestis e
transexuais 20% dos entrevistados; cerca de 40% ainda
consideram a homossexualidade "safadeza", "falta de
caráter" ou "doença".
Homens tendem a ser mais
homofóbicos que mulheres,
e a homofobia cresce conforme caem os anos de estudo.
O que surpreende é que
homens jovens, de 16 a 24
anos, são mais homofóbicos
que seus pais e quase tanto
quanto seus avôs. Entre as
mulheres, a homofobia cresce conforme a idade. Assim,
se só 1% das mais jovens disseram que expulsariam filho
gay ou filha lésbica de casa,
14% dos homens nessa faixa
etária disseram o mesmo.
Os poderes públicos devem dar sinais claros de que
gays, lésbicas, travestis e
transexuais merecem o mesmo respeito e amparo legal.
Justiça e Executivo vêm tomando medidas importantes, mas o Congresso parece
hesitar em aprovar projetos
como o que abre o casamento
independentemente da
orientação sexual ou o que
criminaliza a homofobia.
SÉRGIO CARRARA é antropólogo e
coordenador do Centro Latino-Americano
em Sexualidade e Direitos Humanos
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