São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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ANÁLISE

Crimes refletem preconceito de boa parte da população

SÉRGIO CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Devemos pensar em como enfrentar a homofobia e os crimes de ódio que ela motiva. Um esforço importante foi feito pela Fundação Perseu Abramo, ao conduzir em 2009 uma pesquisa nacional.
Disseram sentir "antipatia", "repulsa" e até "ódio" por lésbicas, gays, travestis e transexuais 20% dos entrevistados; cerca de 40% ainda consideram a homossexualidade "safadeza", "falta de caráter" ou "doença".
Homens tendem a ser mais homofóbicos que mulheres, e a homofobia cresce conforme caem os anos de estudo. O que surpreende é que homens jovens, de 16 a 24 anos, são mais homofóbicos que seus pais e quase tanto quanto seus avôs. Entre as mulheres, a homofobia cresce conforme a idade. Assim, se só 1% das mais jovens disseram que expulsariam filho gay ou filha lésbica de casa, 14% dos homens nessa faixa etária disseram o mesmo.
Os poderes públicos devem dar sinais claros de que gays, lésbicas, travestis e transexuais merecem o mesmo respeito e amparo legal. Justiça e Executivo vêm tomando medidas importantes, mas o Congresso parece hesitar em aprovar projetos como o que abre o casamento independentemente da orientação sexual ou o que criminaliza a homofobia.

SÉRGIO CARRARA é antropólogo e coordenador do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos



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