São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011

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Campo minado

Mais bueiros explodem no Rio e Light diz que situação é "estranha"; de acordo com prefeito, começa a haver clima de pânico após o registro de 18 casos no período de um ano
FÁBIO GRELLET
LUIZA SOUTO
DO RIO

Um ano após um casal de turistas norte-americano sofrer queimaduras graves na explosão de um bueiro da Light, no Rio, ao menos 18 ocorrências foram registradas sem que a empresa esclarecesse os motivos. Para a Light, os casos têm "características estranhas".
Ontem, no mesmo dia em que mais três bueiros explodiram, a direção da empresa foi convocada para uma reunião em Brasília com membros da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A agência informou que, agora, enviará mensalmente técnicos ao Rio para fiscalizar os serviços da Light e tentar evitar novas ocorrências.
As explosões de ontem não deixaram feridos, mas ocorreram menos de 24 horas após os quatro casos de anteontem, que deixaram duas pessoas machucadas.
Os incidentes começaram por volta do meio-dia, em Copacabana, na zona sul. Depois de uma explosão, a tampa de um bueiro foi arremessada em uma esquina movimentada do bairro. Às 16h30, outro bueiro explodiu na rua Sete de Setembro, centro. Labaredas saíram da galeria subterrânea. No início da noite, em Laranjeiras, a fumaça em um bueiro assustou moradores, que chamaram os bombeiros e equipes da Light.

MULTA
A prefeitura decidiu multar a Light em R$ 10.282,80 por dano ao patrimônio e interrupção de vias públicas e vai ingressar com ação criminal contra a empresa.
"Está começando a se criar um clima de pânico. Acho que tem um limite de compreensão, de explicações. Até desconfio que possa estar havendo sabotagem, mas a população não tem nada a ver com isso", disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
"É bom que a Aneel cumpra seu papel e puna com rigor, a prefeitura vai agora partir para o lado criminal." A única multa da Aneel à Light foi causada por apagões registrados em 2009.
Em vez de pagar os R$ 9,5 milhões, a Light se comprometeu a investir R$ 12,1 milhões na modernização dos equipamentos subterrâneos. A empresa não informa quantos bueiros integram sua rede, mas em 4.000 deles há transformadores. Apenas 207 são monitorados à distância; os demais não contêm aparelhos, diz a Light.
O Ministério Público firmou ontem acordo com a Light estabelecendo multa de R$ 100 mil para cada explosão futura. Para o engenheiro Geraldo Pfaltzgraff, que trabalha com petróleo e gás, o problema é que a Light não usa mais exaustores de galeria, que impediriam o acúmulo de gás.

Colaborou CAROLINA SARRES, de Brasília


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