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SAÚDE/ INFECTOLOGIA
Retorno às aulas e inverno difundem crise respiratória
Ainda vulneráveis, crianças são as mais afetadas por doenças como gripes e resfriados
Manter ambientes arejados,
evitar aglomerações, não
fumar perto das crianças e
mantê-las saudáveis são
medidas preventivas
CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL
Salas de aula cheias, consultórios dos pediatras idem. O inverno e a volta às aulas propiciam a propagação dos vírus
que causam doenças respiratórias. Vulneráveis, as crianças
pequenas são as principais vítimas. Clima seco, poluição, ambientes fechados e aglomeração são fatores determinantes
para uma maior contaminação.
Os vilões mais comuns são
gripe e resfriado. "A volta às aulas é um fator de aumento das
infecções respiratórias. Isso
acontece em qualquer lugar do
mundo", diz Luiz Jacintho da
Silva, infectologista da Unicamp, acrescentando que no
hemisfério norte, muitas vezes,
uma epidemia de gripe é motivo para a suspensão das aulas,
já que há muitas crianças reunidas em um único espaço.
Segundo João Paulo Becker
Lotufo, pediatra e pneumologista do Hospital Universitário
da USP, o vírus que provoca
mais internações de bebês de
até dois anos é o sincicial, causador da bronquiolite.
Essas infecções respiratórias
são também grandes deflagradoras de crises de asma e bronquite em pacientes que já têm o
problema -as crianças com o
pulmão hipereativo. A rinite
também é agravada em razão
do clima mais seco e poluído.
Além dessas doenças, um outro problema que assusta pais e
professores e aparece com freqüência no inverno é o rotavírus. Transmitido pelo contato,
atinge crianças causando diarréia líquida e vômitos, que podem levar à desidratação.
As crianças são as mais prejudicadas porque estão muito expostas aos vírus e ainda têm
poucas defesas.
"O pulmão da criança é muito pequeno, e os brônquios de
pouco calibre, então, qualquer
inflamação ou quantidade de
secreção causa obstrução da via
aérea", diz Lotufo. O médico
explica ainda que "a proteína
IgA faz a proteção da via respiratória e nascemos com a IgA
baixa. Só a partir dos cinco anos
ela equivale a de um adulto".
Manter os ambientes arejados e evitar aglomerações são
formas de diminuir as chances
de entrar em contato com os vírus. O momento pede também
que medicamentos preventivos
para doenças como asma e
bronquite sejam tomados corretamente, assim como seguir à
risca as orientações do pediatra. Outra recomendação é não
fumar perto das crianças.
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