São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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SAÚDE/ INFECTOLOGIA

Retorno às aulas e inverno difundem crise respiratória

Ainda vulneráveis, crianças são as mais afetadas por doenças como gripes e resfriados

Manter ambientes arejados, evitar aglomerações, não fumar perto das crianças e mantê-las saudáveis são medidas preventivas

CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL

Salas de aula cheias, consultórios dos pediatras idem. O inverno e a volta às aulas propiciam a propagação dos vírus que causam doenças respiratórias. Vulneráveis, as crianças pequenas são as principais vítimas. Clima seco, poluição, ambientes fechados e aglomeração são fatores determinantes para uma maior contaminação.
Os vilões mais comuns são gripe e resfriado. "A volta às aulas é um fator de aumento das infecções respiratórias. Isso acontece em qualquer lugar do mundo", diz Luiz Jacintho da Silva, infectologista da Unicamp, acrescentando que no hemisfério norte, muitas vezes, uma epidemia de gripe é motivo para a suspensão das aulas, já que há muitas crianças reunidas em um único espaço.
Segundo João Paulo Becker Lotufo, pediatra e pneumologista do Hospital Universitário da USP, o vírus que provoca mais internações de bebês de até dois anos é o sincicial, causador da bronquiolite.
Essas infecções respiratórias são também grandes deflagradoras de crises de asma e bronquite em pacientes que já têm o problema -as crianças com o pulmão hipereativo. A rinite também é agravada em razão do clima mais seco e poluído.
Além dessas doenças, um outro problema que assusta pais e professores e aparece com freqüência no inverno é o rotavírus. Transmitido pelo contato, atinge crianças causando diarréia líquida e vômitos, que podem levar à desidratação.
As crianças são as mais prejudicadas porque estão muito expostas aos vírus e ainda têm poucas defesas.
"O pulmão da criança é muito pequeno, e os brônquios de pouco calibre, então, qualquer inflamação ou quantidade de secreção causa obstrução da via aérea", diz Lotufo. O médico explica ainda que "a proteína IgA faz a proteção da via respiratória e nascemos com a IgA baixa. Só a partir dos cinco anos ela equivale a de um adulto".
Manter os ambientes arejados e evitar aglomerações são formas de diminuir as chances de entrar em contato com os vírus. O momento pede também que medicamentos preventivos para doenças como asma e bronquite sejam tomados corretamente, assim como seguir à risca as orientações do pediatra. Outra recomendação é não fumar perto das crianças.


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