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Metade das mortes pela gripe suína ocorre em até 7 dias
Gripe sazonal mata em tempo superior e devido a complicações posteriores
Entre os casos graves, pelo menos metade das pessoas que foram tratadas recebeu a medicação em até três dias do início dos sintomas
JOHANNA NUBLAT
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo menos metade das mortes pela gripe A (H1N1) aconteceu em até sete dias após o início dos sintomas, segundo dados do Ministério da Saúde.
A gripe sazonal, dizem especialistas, costuma levar à morte
em tempo superior, pois geralmente mata por complicações
da doença inicial.
O levantamento do ministério considera 96 mortes notificadas à pasta até 1º de agosto.
Segundo os dados, a mediana
(valor central de uma mostra
ordenada, significa que pelo
menos 50% dos dados têm valor igual ou inferior ao central)
do período entre o início dos
sintomas e a morte é sete dias.
Entre os casos graves da
doença, pelo menos metade das
pessoas que foram tratadas recebeu a medicação em até três
dias do início dos sintomas,
ainda segundo a pasta.
O recomendado pela bula do
remédio e pelo ministério é que
o Tamiflu seja tomado em até
48 horas do começo dos sintomas, quando é mais eficaz.
O tratamento tardio pode ser
explicado pelo período que a
doença leva até mostrar os sinais de agravamento. "O tempo
para um paciente que está com
sintoma ficar [em estado] grave
não é 48 horas, geralmente é
depois de três dias. Então, esses
pacientes estão começando a
ser tratados tardiamente", diz
Nancy Bellei, da Unifesp.
A alteração no protocolo do
ministério feita nesta semana,
que prevê a possibilidade de o
médico prescrever o Tamiflu
de forma diferente do recomendado pelo governo, vai dar
autonomia ao especialista para
também antecipar o começo do
uso do Tamiflu para antes das
primeiras 48 horas, diz Juvencio Furtado, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
"[O Tamiflu] é a única possibilidade que se tem, nos sentimos obrigados a tratar mesmo
que a eficácia seja menor."
A morte pela nova gripe em
tempo mais rápido do que na
gripe sazonal, por sua vez, pode
ser explicada pelo fato de ela
matar geralmente pelo próprio
vírus. "Quando evolui mal, é rápido", afirma Bellei.
A forma sazonal costuma começar a complicar mais tarde.
"A pessoa tem um quadro infeccioso, depois vai se arrastando, complica com uma pneumonia, que complica com outra
manifestação respiratória. E aí
que culmina com a morte", explica Furtado.
Aumento nos casos
Os novos dados do ministério
mostram aumento do número
de casos confirmados -de
1.958 até o dia 25 de julho para
2.959 uma semana depois (1º
de agosto). Das 96 mortes, 14
foram de grávidas (15%).
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