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Kassab e Serra negam propina na merenda
Promotores afirmam que as empresas, desde 2001, dão dinheiro para manter contratos de serviço com a prefeitura
"Estão livres para investigar", afirmou o tucano; "aqui felizmente isso [corrupção na merenda] não acontece", garante o atual prefeito
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e seu antecessor, o hoje governador José Serra (PSDB), negaram ontem a existência de um esquema de propinas para manutenção de contratos de merenda
escolar em suas gestões.
Em ação civil protocolada
anteontem, o Ministério Público Estadual citou supostos subornos feitos por empresários
do setor a fim de manter contratos com a prefeitura.
"O Ministério Público está livre para investigar. Vamos ver
o que eles mostram", disse ontem o governador. "Na minha
gestão não houve irregularidade nenhuma. Eles estão aí investigando, ainda falta muita
coisa. Estão livres para investigar e terem as informações que
quiserem", completou Serra.
A Procuradoria Geral de Justiça, órgão responsável por investigar governadores, recebeu
cópias da parte da investigação
que se refere à gestão Serra.
Kassab também comentou o
caso e negou que haja pagamento de propina para sua gestão. "Existem denúncias no
Brasil inteiro de que empresas
vinculadas à merenda tenham
uma ação nefasta em relação ao
uso do recurso público. Aqui
em São Paulo felizmente isso
não acontece", disse o prefeito.
O objetivo da ação do Ministério Público é impedir a continuidade dos contratos terceirizados da merenda na cidade.
Uma nova licitação está prestes
a ser concluída.
Os pagamentos, segundo os
promotores Silvio Marques e
Arthur Pinto de Lemos Jr., foram iniciados na gestão Marta
Suplicy (2001-2004) e continuaram nos governos Serra
(2005-2006) e Kassab.
Anteontem, quando a Promotoria apresentou a ação, a
ex-prefeita Marta Suplicy negou as acusações e disse que vai
recorrer a seus advogados. As
empresas citadas também negaram pagar propina. Serra e
Kassab não haviam feito declarações ainda.
Ontem, a Justiça deu 72 horas para a prefeitura se manifestar sobre a ação antes de tomar qualquer decisão. O prazo,
diz o Tribunal de Justiça, passa
a valer a partir da publicação do
caso em "Diário Oficial", o que
deve ocorrer até amanhã.
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