São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Moradores ficam uma semana sem telefone na Saúde

Problema com fiação subterrânea causado possivelmente por tentativa de furto atinge centenas em bairro da zona sul

Imobiliária perde negócios, banco fecha portas e moradores reclamam da falta de solução para problema

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O telefone de uma imobiliária da Saúde não toca há mais de 160 horas. Não se trata, porém, de uma estratégia mal formulada no negócio.
É que ali, como em centenas de outros imóveis do bairro da zona sul paulistana, houve uma interrupção dos serviços da Telefônica que só deve ser resolvida definitivamente amanhã.
No sábado passado, a fiação subterrânea da empresa na região foi possivelmente cortada, segundo a polícia, por ladrões de cabos de cobre. A empresa suspeita de um ato de vandalismo.
"Meu prejuízo é enorme. Na sexta retrasada gastei R$ 500 em anúncios e minha divulgação é toda nesse telefone. Nesta semana, atendi apenas um cliente", afirma Sílvio dos Santos, dono da imobiliária da rua Paracatú.
Bancos também sofreram sem os serviços. O Itaú da altura do número 2.700 da avenida Jabaquara precisou fechar ontem, no segundo dia sem atividades na semana.
Outro Itaú, próximo dali, até funcionava, mas de forma precária. "Nossos caixas não foram afetados, mas os gerentes estão usando celulares próprios para trabalhar", diz o atendente Guilherme Niza.
Já a auxiliar administrativa Maria Sandra Silva Noto, 36, que mora na rua Antônio Gomide, lamenta que o problema tenha surgido justamente na semana da volta às aulas. "Meus filhos estão indo à lan house fazer trabalhos", diz.
Segundo funcionários da Telefônica, que trabalhavam no reparo da fiação e não quiseram se identificar, o problema afetou 50 mil pessoas.
A fiação de cobre tem sido alvo de criminosos na cidade. O quilo do material chega a valer R$ 16, e os fios subterrâneos são mais visados.

FURTOS EM ALTA
De acordo com a Telefônica, nos últimos 12 meses, cerca de 750 mil pessoas em São Paulo ficaram algum período sem serviço devido a furto de cabos de cobre.
Ainda segundo dados da empresa, entre 2009 e 2010, os furtos de fios cresceram mais de 40% (1.041 contra 1.483 km subtraídos). Só neste ano, entre janeiro e junho, foram furtados 682 km.
Há suspeita de que quadrilhas especializadas usem carros caracterizados, uniformes e até ordem de serviço fria. "Mas já desmantelamos uma quadrilha e estamos perto de prender outra", diz o delegado Jan Plzak, do Deic (departamento de investigações de crime organizado).


Texto Anterior: A quem recorrer
Próximo Texto: Outro lado: Telefônica diz que tudo estará normal amanhã
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.