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MANÍACO DO PARQUE
Para gaúcho, acusado "parecia uma pessoa boa"
Pescador pensou em não
denunciar o motoboy
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Itaqui (RS)
O pescador João Carlos Dorneles
Vilaverde, 41, que reconheceu
Francisco de Assis Pereira como o
acusado de ser o maníaco do parque do Estado, conversou várias
vezes com o rapaz, em Itaqui (RS),
antes de ter desconfiado de sua
identidade.
No fim-de-semana passado e na
segunda-feira, Vilaverde "bateu
um papo" com Pereira, que lhe
pareceu ser um "cara normal,
tranquilo, que falava muito em
Deus e foi à missa no domingo",
conforme contou o pescador.
Só anteontem à noite, Vilaverde
começou a associar a figura do forasteiro com a imagem que tinha
visto na televisão -uma das veiculações durante o Programa do
Ratinho, na Rede Record- sobre
o maníaco do parque do Estado.
Ele falou a respeito de sua desconfiança a um colega pescador, Nilton Fogaça.
Apesar de Pereira estar com fisionomia diferente daquela da foto da TV, agora usando cavanhaque e com o cabelo crescido, Vilaverde teve quase certeza, depois de
observar mais detidamente o rapaz, que ele era o acusado.
Nas conversas, Pereira havia dito que trabalhara como motoqueiro em São Paulo e tinha se identificado com o nome de Pedro.
Interesse em garota
Segundo o pescador, Pereira disse que tinha perdido os documentos na Argentina (alegou também
ter perdido US$ 700), para onde
teria viajado a fim de tentar participar de campeonatos de patinação. Revelou ainda estar interessado em uma garota de Alvear (cidade Argentina separada de Itaqui
pelo rio Uruguai).
Vilaverde e o colega, intrigados
com as histórias de Pereira, decidiram olhar a documentação que
ele carregava na mochila, enquanto o rapaz pescava. Houve a constatação de que o nome na carteira
de identidade era o mesmo do
acusado dos crimes das jovens em
São Paulo.
"Ficamos naquela: denuncia,
não denuncia", disse Vilaverde,
cuja família foi informada do fato.
Às 20h de anteontem, veio a decisão de avisar a Brigada Militar (a
PM gaúcha).
"Ele parecia uma pessoa boa. O
fato de conhecê-lo não me deu
medo, mas fiquei com um certo
receio", disse Vilaverde.
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