|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Suspeito afirma ter "problemas íntimos"
ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local
Após desembarcar em São Paulo, o motoboy Francisco de Assis
Pereira afirmou que não é doente
mental, mas disse que tem "problemas íntimos", sem explicar
quais são.
Com semblante cabisbaixo, voz
tranquila e pausada, o motoboy
voltou a dizer que é inocente. "Já
fiz coisa errada, mas nunca matei", afirmou. "Quero que provem que ataquei, que abusei sexualmente de alguém."
Segundo o motoboy, as mulheres que o acusam de violência sexual estariam "tentando tirar
proveito da situação". "Elas foram abusadas por alguém um dia
na vida e ficam falando, injustamente, que fui eu", disse.
Ele repetiu por duas vezes que
nunca entrou no parque do Estado, local onde todos os corpos foram encontrados. Disse que "conhece o parque de passagem" por
ser motoqueiro.
Pereira desembarcou algemado
na base aérea de Guarulhos às
15h32. Na viagem de volta, tomou
café e comeu um sanduíche.
Segundo o delegado Sérgio Alves, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),
que trouxe o motoboy de avião,
Pereira disse que "possui um lado
bom e um outro ruim, e que às vezes o lado ruim se sobrepõe".
De acordo com o delegado, o
motoboy teria contado que sofre
de ejaculação precoce e que é infeliz por não conseguir constituir
uma família, com mulher e filhos.
Ainda segundo o delegado, o
motoboy disse que, com frequência, tem pesadelos e acorda suando. "Ele disse que nessas horas vinha uma perversão e revolta grandes, que às vezes afloravam."
Durante a entrevista, que demorou uma hora e 45 minutos, o motoboy afirmou que o fato de a carteira de identidade de uma das vítimas ter sido encontrada na tubulação de uma das privadas do escritório onde trabalhava não prova nada. "Como meus chefes falavam, o escritório é uma verdadeira
casa da mãe Joana. Muita gente
entra e sai durante o dia todo."
O motoboy disse que o diário
encontrado, em que o autor afirma querer namorar uma garota de
12 anos para criar, não foi escrito
por ele. "Quero que examinem
minha letra para provar que não
fui eu quem escreveu aquilo."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|