São Paulo, quinta, 6 de agosto de 1998

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Prisão preventiva deve sair até amanhã

da Reportagem Local

A polícia pedirá até amanhã a prisão preventiva do motoboy Francisco de Assis Pereira, 30. O pedido será feito no inquérito que investiga a morte da balconista Selma Ferreira Queiroz, 18.
Esse é o inquérito em que a polícia possui o maior número de provas. Além de terem encontrado parte da carteira de identidade da balconista na empresa em que o motoboy trabalhava no Brás (região central), os policiais têm outra prova: o testemunha da irmã de Selma, Sara Ferreira.
Sara disse ter recebido um telefonema em casa no dia seguinte ao desaparecimento de Selma, ocorrido em 3 de julho. No telefonema, um homem teria exigido que lhe fossem dados R$ 1.000 em troca da liberdade de Selma. Sara reconheceu a voz do motoboy como sendo a do homem do telefonema.
O inquérito deverá ser enviado à Justiça com o relatório final do delegado Sérgio Alves. "Além dessas provas, temos uma série de indícios de que o motoboy está envolvido nas outras mortes", afirmou o delegado Sérgio Alves.
Segundo ele, serão necessárias novas investigações para que seja possível afirmar com certeza que Pereira é o culpado por esses crimes. "Acreditamos que ele (Pereira) confessará os crimes", afirmou o delegado.
Com o pedido de prisão preventiva e com o relatório do caso, o Ministério Público decidirá se denuncia ou não o acusado. Com a aceitação da denúncia pela Justiça, Pereira passaria a ser réu.
De acordo com Alves, além de ser interrogado nos inquéritos sobre as mortes no parque do Estado (zona sudeste de SP), o motoboy também será questionado sobre as acusações de violência sexual contra sete mulheres e de assédio contra outras duas.
A polícia irá convocar as vítimas que apontaram o motoboy por meio de fotografias para que elas tentem reconhecê-lo pessoalmente no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). De acordo com a polícia, caso seja reconhecido, ele deverá ser indiciado (acusado formalmente) também por esses crimes sexuais.
"Ele (Pereira) não é um criminoso comum. Não acho que ele seja perverso. Na verdade, ele precisa de uma assistência médica profissional", disse o delegado.
Alves disse que o acusado ficará sozinho numa cela no DHPP. Também ficará sob vigilância a fim de impedir um possível suicídio. Os outros presos da cela -três- foram enviados ao Complexo Penitenciário do Carandiru.



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