São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Outro lado

Matéria-prima é testada, dizem laboratórios

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha procurou os laboratórios Cristália, Eurofarma, Hipolabor e Bérgamo, que são os principais fabricantes brasileiros de heparina. Um estudo feito na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) encontrou problemas nessas drogas.
A Cristália diz que obtém a matéria-prima de sua heparina de empresas da China e que faz um controle de qualidade em todos os lotes.
A Eurofarma e a Hipolabor afirmam que sua matéria-prima é nacional e que os fornecedores são aprovados e fiscalizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Além disso, afirmam que fazem testes de qualidade.
A Bérgamo foi procurada pela Folha, mas não havia respondido às indagações até a conclusão desta edição.
Das quatro empresas, apenas a Eurofarma disse ter recebido notificação de problema, sem especificar se foi morte. "Temos uma única notificação e, de acordo com as investigações, não há até o momento evidência de relação direta com a administração do produto."
A Anvisa emitiu um alerta nesta semana sobre os riscos da heparina. À agência já chegaram algumas notificações de complicações, mas nenhuma delas sobre morte.
A SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) disse que há meses tenta alertar a Anvisa sobre os problemas e que não tem sido ouvida. A agência não quis comentar a acusação.
Os problemas ocorridos recentemente nos EUA, que levaram à morte de mais de uma centena de pacientes, foram provocados por heparina feita com matéria-prima da China. O produto é fabricado a partir de tripas de porcos.
A Roche deixou de produzir sua heparina no final do ano passado, até então a mais usada no mundo, por razões de mercado. A empresa está se concentrando em medicamentos de maior custo e tecnologia.
A heparina existe desde os anos 30. Um frasco, que só é vendido para hospitais, custa pouco mais de R$ 10. (RW)


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