São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Grupo invade banco na Paulista e rouba 170 cofres particulares

Doze homens permanecem dez horas dentro de agência do Itaú sem serem incomodados

Conteúdo levado por criminosos é de conhecimento apenas dos clientes; direção do banco não comenta

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"

Doze homens armados roubaram 170 cofres particulares de uma agência do banco Itaú, na av. Paulista, coração financeiro de São Paulo. Como o conteúdo dos cofres é sigiloso -só os clientes têm acesso-, será praticamente impossível mensurar o tamanho exato do prejuízo. Até agora, apenas três clientes procuraram a polícia. Um deles disse ter perdido R$ 3 milhões em joias.
O assalto ocorreu no dia 27, noite de sábado, e só foi concluído no domingo de manhã. Os ladrões passaram dez horas no interior do banco.
O caso foi revelado anteontem pelo "Domingo Espetacular", da TV Record, e só foi confirmado pela Polícia Civil paulista na tarde de ontem.
O Itaú não quis comentar a ação. Oficialmente, a polícia não falou sobre o caso.
Procurada na sexta pela Folha, a Secretaria da Segurança disse desconhecer esse assalto. Ontem, não sabia dizer por que o Deic, departamento especializado em roubos, só foi acionado uma semana depois do crime.
Pelo boletim de ocorrência registrado no 78º DP (Jardins) no domingo, os criminosos chegaram ao banco às 23h50 de sábado disfarçados de funcionários de manutenção. O vigia do local foi rendido.
Refém, ele foi levado para porta principal a fim de liberar a entrada de outros assaltantes. Ele contou à polícia ter sido posto numa mesa próxima à entrada do banco.
Parte da quadrilha desceu para o subsolo, onde fica a sala dos cofres particulares.
Durante a madrugada, um integrante do grupo, que estava do lado de fora da agência, chegou a levar lanches para os comparsas. Na manhã de domingo, outro vigia chegou à agência e também acabou rendido.
A investigação tenta saber agora por que o alarme não funcionou e como os criminosos ficaram tanto tempo sem serem incomodados. Policiais ouvidos pela Folha dizem que os bancos não têm controle do que é guardado nesses cofres especiais. Por isso, ficam dependentes de informações prestadas pelos próprios clientes, geralmente milionários.


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