São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Polícia identifica integrantes de gangues

Investigação tenta descobrir quem matou punk durante briga generalizada no sábado, na zona oeste paulistana

Confronto é resultado da crescente disputa entre neonazistas e grupos que se autointitulam 'antifas'

GIBA BERGAMIM JR.
CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

A polícia diz já ter identificado pessoas que participaram da briga de gangues ocorrida sábado em Pinheiros, zona oeste paulistana. O punk Johni Raoni Falcão Galanciak, 25, morreu no confronto. O skinhead neonazista Fabio dos Santos Medeiros, 21, ficou gravemente ferido.
Cerca de 200 pessoas participaram da briga em frente ao Carioca Club, na rua Cardeal Arcoverde, pouco antes do show da banda Cock Sparrer, que atrai tanto punks como grupos nazifascistas.
Até o fechamento desta edição, a polícia ainda não havia prendido ninguém. A Folha apurou que a guerra foi o resultado do embate de punks e skinheads autointitulados "antifascistas" contra skinheads neonazistas.
Entre as facções da corrente "antifascista" estão os skinheads Sharp (contra o preconceito racial) e Rash (comunistas e anarquistas).
Punks e esse grupo de skinheads foram juntos ao show de sábado. Lá, se depararam com os grupos neonazistas Front 88 e Impacto Hooligan.

CONTRA NAZISTAS
Dos oito detidos para averiguação no 14º DP (Pinheiros) logo após o incidente da rua Cardeal Arcoverde, um era punk e quatro eram skinheads não nazistas.
"Imaginávamos que teria nazistas na frente do show. Por isso, fomos juntos para a gente se proteger. Foi uma guerra começada por eles. Chegamos e fomos atacados com coquetel molotov e pauladas", disse à Folha G.P, 18, que se considera "antifa" (abreviação de antifascista, termo usado entre eles).
Outro dos detidos ouvidos pela Folha disse que sua única intenção era ver o show. Segundo o jovem, que também pediu para não ter seu nome divulgado, o punk Johni Galanciak, que acabou morto, integrava o grupo de skinheads "antifascistas".
Ele entrou em confronto com os nazistas e levou facadas. "Eles esperaram a gente chegar para atacar. Depois, foram embora", afirmou. A polícia investiga se o confronto foi marcado pelo microblog Twitter. "Há mensagens que indicam que já havia sido previamente estabelecido o confronto, mas se diz também que só depois da briga é que foi difundido", disse Jorge Carrasco, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Ontem, no Facebook, grupos falavam em nova guerra. "Dia 7/9 tem mais, contando os dias", diz uma mensagem.


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