|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pais devem prestar atenção a sintomas
DA REPORTAGEM LOCAL
A irritabilidade, o choro, a procura por lugares escuros e a interrupção das brincadeiras podem
indicar a dor de cabeça em crianças que ainda não falam.
Segundo a neuropediatra Alexandra Prufer, professora-adjunta de neuropediatria da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro), em geral a cefaléia é observada a partir dos três anos, mas
a dor pode ocorrer desde o primeiro ano de vida.
Ela afirma que muitos pais, ao
notarem que o filho sente dor de
cabeça, entram em pânico pensando se tratar de um tumor, de
um aneurisma ou de meningite.
Mas, segundo Alexandra, a
maioria das queixas é de cefaléia
secundária, ou seja, a dor de cabeça que é associada a processos infecciosos -como viroses (gripes
e resfriados), sinusite, otite, meningite, entre outros- e que tende a desaparecer rapidamente.
De acordo com os médicos, os
casos de tumores cerebrais que
causam dores de cabeça são raros.
Para o neurologista carioca
Abouch Valenty Krymchantowski, 44, diante das queixas dos filhos os pais devem levá-los a um
especialista em cefaléia.
Ele afirma que muitos pais, às
vezes aconselhados pelos pediatras, tendem a levar primeiro a
criança a um oftalmologista, pensando que a dor esteja relacionada a um problema de visão.
"É uma grande bobagem. A
maioria dos problemas de visão
não provoca dor de cabeça", diz.
O único distúrbio que causa cefaléia, diz ele, é o astigmatismo.
A medicina já descreveu 150 formas de dor de cabeça, muitas delas bem curiosas, como as dores
deflagradas por orgasmo, por sorvete, por esforço físico e por nitritos e nitratos -batizada de dor
de cabeça do cachorro-quente.
Outro erro bem frequente cometido por médicos não-especializados, segundo Krymchantowski, é submeter a criança a exames
muitas vezes desnecessários, como o eletroencefalograma, e receitar anticonvulsivos.
No caso da enxaqueca, segundo
o neurologista Marcos Arruda, é
normal que a doença se manifeste
na criança por meio de outros sintomas, como dores nos membros
(as chamadas "dores do crescimento"), dores abdominais, enjôos, febre e vômitos.
Texto Anterior: Saúde: Uso de analgésico é abusivo entre crianças Próximo Texto: Plantão médico: Pesquisa registra causas do cansaço na volta das férias Índice
|