FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A PM encontrou na manhã de ontem em uma estrada na zona rural de Itanhaém (litoral sul) os corpos de Celso Gioielli Magalhães Júnior, 20, e Anderson do Carmo, 17, desaparecidos desde a noite do último dia 27, quando foram abordados por um cabo e um soldado na cidade vizinha de Mongaguá.
Cobertos com cal e em estado de decomposição, os cadáveres estavam enterrados em uma cova improvisada à beira da estrada da Fazenda Mambu, na zona rural de Itanhaém, a cerca de 10 km da rodovia Padre Manoel da Nóbrega.
Ambos tinham marcas de tiros na cabeça, segundo informação do IML (Instituto Médico Legal) de Praia Grande, que até as 15h realizava a autópsia nos corpos.
A PM achou os cadáveres depois de receber, na noite de anteontem, um telefonema anônimo que indicava o local. Desde a semana passada, equipes de busca e um helicóptero vasculhavam o litoral sul em busca dos rapazes.
Apesar do estado em que se encontravam os corpos, familiares conseguiram identificar os rapazes porque as fisionomias estavam parcialmente preservadas, segundo o IML.
Os dois policiais que abordaram os rapazes antes de seu desaparecimento -cabo Miranda e soldado Silvio- pertencem ao 29º Batalhão da PM, em Mongaguá. Eles seriam autuados em flagrante na tarde de ontem e posteriormente levados para o presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.
Os dois negam o crime, mas o coronel Paulo Máximo, corregedor-adjunto da PM, disse que as provas contra eles "são bastante contundentes". "Ao que tudo leva a crer, eles teriam agido como se fossem justiceiros", declarou.
Na última sexta-feira, o tenente-coronel Paulo Roberto Farat, comandante do 29º Batalhão de Mongaguá, disse à Agência Folha que os dois policiais disseram ter liberado os rapazes depois de levá-los a um distrito policial para averiguação.
Testemunhas, porém, disseram à polícia que os rapazes teriam sido espancados pelos PMs ao serem abordados.


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