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ENSINO SUPERIOR
Ministro Tarso Genro anunciou que preenchimento de vagas em universidades federais começa em maio de 2005
União vai contratar 6.000 professores
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Tarso Genro (Educação) anunciou ontem a contratação de 6.000 professores para as
universidades federais até dezembro de 2005. A medida causará
um impacto de R$ 260 milhões no
orçamento do ministério a partir
de 2006.
As vagas preenchidas serão
aquelas de professores que se
aposentaram no últimos anos. Segundo o ministro, a contratação
não leva em conta a necessidade
de mais docentes em razão da expansão do ensino superior nos
próximos anos. Para suprir essa
necessidade, deve ser estudada
uma outra solução.
Tarso afirmou que o anúncio
"não é um mar de rosas", mas "é
produto de um grande esforço do
ministro do Planejamento, Guido
Mantega, e uma decisão do presidente Lula".
No segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), foram contratados 4.210 docentes, segundo a assessoria de imprensa do MEC.
Entre 2003 e este ano, já foram
contratados 2.344 professores.
Tarso participou ontem de uma
audiência no ministério com reitores e representantes das universidades federais.
Déficit
Até o fim dos anos 90, as universidades federais tinham autonomia para contratar automaticamente um novo professor quando um titular se aposentava. A
medida foi revogada e, atualmente, as contratações devem ser autorizadas pelo poder Executivo.
Ou seja, tem de haver um acerto
entre os ministérios do Planejamento e da Educação.
A conseqüência disso é que o
número de professores que se
aposentam supera as reposições
feitas. A necessidade da área
atualmente é empregar mais 12
mil professores, disse a presidente
da Andifes (Associação Nacional
dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior), Ana
Lúcia Gazzola.
"O próximo passo para a contratação de professores é nos sentarmos com a Andifes e fazermos
a distribuição e o mapeamento
das necessidades. Todas as universidades precisam de professores, mas umas têm uma situação
já praticamente à beira do insustentável. Outras podem agüentar
mais um pouco", disse o ministro.
A Andifes possui uma banco de
dados com as necessidades de
pessoal de cada universidade. Em
geral, a entidade é responsável pela distribuição das contratações.
Para as 6.000 contratações anunciadas ontem, ainda não se chegou a um consenso.
Os editais deverão sair em novembro, para a contratação de
2.500 professores, entre maio e
abril, para 1.000 docentes, e mais
2.500 no fim de 2005. O salário básico é de R$ 1.400, podendo chegar a até R$ 6.000, dependendo
dos títulos dos docentes.
Ensino tecnológico
O secretário da Educação Profissional e Tecnológica, Antonio
Ibañez Ruiz, previu que, a partir
de 2005, seja iniciada a construção
de Cefets (Centros Federais de
Educação Tecnológica) em Estados que não possuem a instituição de ensino. Seriam contemplados Acre, Amapá, Rondônia e
Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
Ibañez participou do anúncio
oficial do decreto que dá aos Cefets status de entidades de ensino
superior. Embora eles emitam diplomas para os cursos de tecnologia com autorização do MEC, não
havia uma legislação que os colocava nesse nível de ensino.
Segundo Ibañez, com a nova situação, os centros poderão ter autonomia para criar cursos da área,
receber recursos de fundos setoriais e abrir cursos de pós-graduação. Além disso, seus alunos poderão participar de programas de
bolsa da Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior).
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