São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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VIOLÊNCIA

No total, foram quatro os mortos em chacina no subúrbio do Rio; polícia atribui mortes a guerra entre traficantes

2 cabeças são deixadas em frente ao metrô

DA SUCURSAL DO RIO

Quatro homens foram achados mortos a tiros na madrugada de ontem, na Fazenda Botafogo, no subúrbio do Rio. Dois deles foram decapitados e as cabeças abandonadas em frente à estação do metrô de Acari, junto com o pedaço de uma perna de uma das vítimas.
Os corpos foram encontrados primeiro dentro de um Audi, na rua Senador Vitorino Freire, em Fazenda Botafogo. Minutos depois, a polícia localizou as cabeças. Até o final da tarde, a polícia ainda não havia divulgado o nome dos mortos.
A Polícia Civil atribuiu a matança a uma guerra entre traficantes dos vizinhos morro da Pedreira e o complexo de favelas de Acari.
As duas comunidades estão em guerra desde 2002, depois que houve um racha entre as facções criminosas TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos).
A partir daí, a Pedreira permaneceu com a ADA, enquanto o complexo de Acari passou a ser dominado pelo Terceiro Comando Puro, uma dissidência do antigo Terceiro Comando, dando início aos confrontos.
Os policiais não descartam ainda a hipótese de a chacina ter sido provocada por uma disputa interna nas duas favelas que, recentemente, tiveram seus líderes do tráfico presos.

Outros episódios
Os confrontos entre as quadrilhas rivais que atuam na região têm sido extremamente violentos. Nos últimos três meses, em razão da guerra do tráfico na região, outras duas cabeças foram deixadas na estação de Acari.
A primeira foi encontrada no dia 14 de julho. Na ocasião, a polícia identificou como sendo de Luciano Alex dos Santos, que, segundo investigações, teria sido assassinado pelo traficante Alberico de Azevedo Medeiros, 28 anos, o Derico, então chefe de Acari, preso em agosto.
No dia 4 de agosto, uma cabeça carbonizada de um jovem que foi identificado apenas como Rodrigo foi deixada em um dos acessos à estação.

Bala perdida
Um adolescente de 17 anos foi atingido no calcanhar por uma bala perdida na tarde de ontem, na rua do Bispo, em frente ao campus da Universidade Estácio de Sá, no Rio Comprido (zona norte do Rio).
O garoto estava na companhia do pai quando foi atingido. A polícia informou não ter a menor idéia de onde pode ter partido a bala que feriu o jovem.
Segundo a Polícia Militar, na hora em que ocorreu o fato, não havia nenhuma operação no morro do Turano nem foi registrado nenhum tiroteio na favela, que tem um dos acessos pela rua do Bispo.
O adolescente foi levado para o hospital Souza Aguiar (centro), onde foi submetido a uma cirurgia. Ele passa bem.
No dia 5 de maio do ano passado, a estudante Luciana Gonçalves de Novaes, então com 20 anos, foi atingida por um tiro quando lanchava na lanchonete no campus do Rio Comprido da Universidade Estácio de Sá. A jovem ficou tetraplégica.


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