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Quadrilha rouba museu de arte sacra em Embu
Assaltantes armados levaram obra do século 17
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Museu de Arte Sacra dos
Jesuítas, em Embu (Grande
São Paulo), foi roubado anteontem por criminosos armados.
Eles levaram coroas de santo,
um sino e um porta hóstia, todos produzidos entre os séculos 17 e 20. Ninguém foi preso.
O mais valioso objeto roubado foi uma coroa de prata fabricada entre 1690 e 1700, de 11
centímetros, tombada pelo patrimônio nacional como artigo
de relevância histórica. O valor
da obra é incalculável, segundo
o padre jesuíta Carlos Alberto
Contieri, diretor do museu,
função que acumula com a de
dirigente do Pátio do Colégio.
"Todo valor monetário fica
muito aquém daquele que a
obra historicamente vale." As
coroas adornavam os santos.
Além da coroa de prata, os ladrões levaram outras cinco coroas, uma das quais de ouro,
duas banhadas a ouro e as duas
restantes de prata, do século
20. Foram roubados, ainda, um
cibório (porta-hóstia), um porta-oléo e um sino com três badalos, todos feitos entre os séculos 19 e 20 -não há precisão.
Os objetos estavam na reserva técnica do museu, no Pátio
do Colégio, e foram levados para Embu há cerca de um ano.
Não havia seguro das peças.
Roubo
O roubo ocorreu às 9h50 de
anteontem, quando três jovens
armados, com aparência entre
17 e 19 anos, renderam os dois
vigias e um funcionário. O grupo foi para a área do museu em
que as obras ficavam. Retirou-as da prateleira e fugiu.
De acordo com o padre Contieri, um vigilante reconheceu
dois dos três ladrões. Eles haviam visitado o museu na última sexta-feira. "O vigilante os
reconheceu porque eles o cumprimentaram dando a mão -o
que não costuma acontecer."
Ontem, dois homens com
passagem na polícia de Embu
foram reconhecidos como suspeitos por um funcionário do
museu -eles serão chamados
para comparecer à delegacia.
Um retrato falado com as características do suspeitos também foi elaborado.
Contieri afirmou suspeitar
que as peças tenham sido encomendadas por criminosos do
mercado negro de arte.
Por meio do Iphan (Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a Polícia Federal foi informada do roubo
para evitar a transferência das
obras para o exterior.
O Museu de Arte Sacra dos
Jesuítas fica em um prédio de
1690, no centro de Embu.
O local abriga o maior acervo
de imagens rocas -confeccionadas com fios de cabelo naturais e articulação nos braços e
pernas- do país. São cerca de
40 imagens, à frente do museu
de arte sacra de Mariana (MG).
Elas eram usadas, nos séculos
17 e 18, para evangelização.
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