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Novo Enem terá apoio dos Correios e da PF
Cesgranrio e Cespe/UnB, que já realizaram provas em anos anteriores, assumem exame em acordo fechado com o MEC
Ministério trabalha com
a possibilidade de realizar
a nova prova na última semana de novembro ou
na primeira de dezembro
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
LARISSA GUIMARÃES
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo Enem será realizado
por uma força-tarefa formada
pela Fundação Cesgranrio e pelo Cespe, ligado à UnB (Universidade de Brasília). As entidades terão o apoio dos Correios,
da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal, que
atuará na área de inteligência.
A data do exame ainda não foi
fechada, mas a previsão é que
os 4,1 milhões de estudantes
inscritos façam a prova entre a
última semana de novembro e a
primeira de dezembro.
As duas instituições irão
substituir o Connasel, consórcio que havia vencido a licitação para impressão, distribuição e correção do Enem. O
MEC anunciou ontem o rompimento do contrato por conta do
vazamento da prova.
Tanto o Cespe quanto a Cesgranrio têm experiência na realização de vestibulares e concursos públicos. Além do vestibular da UnB, o Cespe foi o responsável por provas de concurso público para diversos órgãos.
A Fundação Cesgranrio venceu
todas as 11 últimas concorrências para realizar o Enem.
Neste ano, a Cesgranrio não
quis participar da licitação porque considerou não haver tempo hábil entre a licitação e a data da prova -78 dias, dos quais
15 poderiam acabar sendo tomados pela análise de recursos
das concorrentes. O Connasel
disputou sozinho a licitação.
Elas serão contratadas sem
licitação devido ao caráter
emergencial da prova. O valor
do contrato não foi divulgado.
Quebra de contrato
Ontem, o Ministério da Educação oficializou o rompimento do contrato com o Connasel.
Segundo o MEC, a iniciativa foi
tomada em comum acordo.
O consórcio, liderado pela
empresa baiana Consultec,
também era formado pela Cetro, de SP, e pela FunRio, do
Rio. Ele já havia gasto R$ 38 milhões dos R$ 116 milhões contratados quando o vazamento
da prova foi confirmado, na semana passada.
Ainda não se sabe quem arcará com o prejuízo. Segundo o
MEC, se for comprovada a responsabilidade do consórcio na
fraude, a União irá entrar na
Justiça para pedir ressarcimento. "Falar agora [que a culpa do vazamento é do consórcio] seria prejulgamento", disse
o presidente do Inep, Reynaldo
Fernandes. Desde domingo, o
ministério já havia resolvido
pela quebra de contrato, mas
adiou o anúncio oficial por um
dia até receber parecer favorável da área jurídica, para evitar
o pagamento de multa ou parcela do contrato.
Além do vazamento da prova,
que ocorreu numa etapa de responsabilidade do consórcio, o
MEC ainda considerou grave o
fato de parte das provas ficar
armazenada em casa de professores. "A responsabilidade passada será apurada no momento
apropriado, haverá um processo administrativo para isso",
disse Fernandes.
Assim como a nova data do
Enem, as mudanças no esquema de segurança do exame para
evitar uma nova fraude só deverão ser anunciadas amanhã.
Hoje, o ministro Fernando
Haddad (Educação) se reúne
com Tarso Genro (Justiça) para conversar sobre a participação da Polícia Federal no esquema de segurança.
O Inep já havia montado uma
prova reserva, que será aplicada quando for fechada a nova
data do exame.
A Folha não conseguiu contatar a Consultec, empresa líder do consórcio, até o fechamento desta edição.
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