São Paulo, terça-feira, 06 de outubro de 2009

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IRACEMA FRANÇA LOPES CORRÊA (1919-2009)

Dedé, professora e pesquisadora do folclore de Ilhabela

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa casinha de pescadores à beira-mar, em Ilhabela (SP), a professora Iracema França Lopes Corrêa reuniu a criançada e lá começou uma escola. Quando a maré subia, a sala de aula virava mar.
Dedé, como era conhecida desde que a irmã mais nova apelidou-a assim, foi bater na porta do prefeito em busca de ajuda para transferir os alunos para um local sem inundações. E conseguiu.
Entre suas conquistas para a cidade, está a construção de duas escolas (uma é semiprofissionalizante) e de uma biblioteca, que ela formou incentivando a doação de livros.
Seu último sonho era criar um museu do folclore regional no município. Na quarta-feira, ela morreu de falência múltipla de órgãos, aos 90, sem conseguir realizá-lo.
Formada em educação física pela terceira turma da USP, decidiu estudar folclore nos anos 70. A pé ou de canoa, percorreu o litoral pesquisando manifestações culturais como congada, quebra-chiquinha, ciranda, folia de reis, vilão, caiapó e passa chapéu.
Em 1982, lançou o livro "A Congada de Ilhabela na Festa de São Benedito", para resgatar e valorizar essas tradições.
Dedé foi a primeira mulher a se tornar secretária de Cultura de Ilhabela. O filho Luiz Octávio diz que ela era muito positiva e só procurava ver as qualidades nas pessoas. Com isso, identificava facilmente o dom de alguns, encaminhando-os profissionalmente.
Teve dois filhos, seis netos e dez bisnetos. A missa de sétimo dia será às 19h de hoje, na igreja da Cruz Torta, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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