UOL


São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INTERNET

Hackers, que tiravam dinheiro de contas bancárias, foram detidos pela PF em quatro Estados; esquema copiava senhas

21 são presos acusados de desviar R$ 100 mi

ADRIANA CHAVES
SÍLVIA FREIRE

DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal prendeu ontem em flagrante 21 hackers acusados de desviar, pela internet, pelo menos R$ 100 milhões de contas bancárias.
Coordenada pela superintendência da PF no Pará, a Operação Cavalo de Tróia efetuou prisões também no Piauí, no Maranhão e em Goiás. Todos os acusados seriam levados para Belém.
Entre as 6h e as 12h, 11 pessoas foram detidas em Parauapebas (PA), uma em Marabá (PA), cinco em Teresina (PI), duas em São Luís (MA) e duas em Goiânia (GO). Elas foram indiciadas por estelionato e formação de quadrilha. De acordo com o superintendente da PF no Pará, delegado Néder Duarte, o grupo vinha sendo investigado havia quatro meses. Ao todo, foram expedidos 35 mandados de prisão.
"Cerca de 40% dos hackers presos já haviam sido detidos de junho a julho de 2002 e soltos por falta de flagrante. Eles tiveram a prisão preventiva decretada", disse Duarte. Os envolvidos que ainda não respondiam a processo foram presos temporariamente. Um dos possíveis líderes do grupo, Valdeni França do Nascimento, 25, preso em Teresina, contou, em depoimento, como funcionava o esquema de desvio.
"Ele disse inclusive que aquele cadeado no canto da tela [que indicaria um site seguro] não adianta nada", afirmou o delegado Nelson Andrade, um dos executores da operação no Piauí.
O programa descoberto ontem -intitulado Projam- é mais avançado do que o anterior usado pelo grupo. Mais de 10 mil e-mails eram enviados simultaneamente, por meio dos quais descobriam se os usuários tinham conta bancária. Depois, pesquisavam dados como o número e a senha.
Quando os usuários abriam a mensagem, o Projam era automaticamente instalado e copiava todos os dados.
A ação recebeu o nome de Cavalo de Tróia porque o método remete a um "presente de grego".
"Eles usavam mensagens com atrativos para estimular a curiosidade de quem recebia. Uma delas era chamada "Doutor Pênis", que ensinaria a aumentar o pênis em cinco centímetros", afirmou o superintendente Duarte.


Texto Anterior: Há 50 anos: Conflito em Trieste deixa dois mortos
Próximo Texto: Panorâmica - Assalto: Ladrões levam jóias que iriam a leilão em TV
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.