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INTERNET
Hackers, que tiravam dinheiro de contas bancárias, foram detidos pela PF em quatro Estados; esquema copiava senhas
21 são presos acusados de desviar R$ 100 mi
ADRIANA CHAVES
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal prendeu ontem em flagrante 21 hackers acusados de desviar, pela internet,
pelo menos R$ 100 milhões de
contas bancárias.
Coordenada pela superintendência da PF no Pará, a Operação
Cavalo de Tróia efetuou prisões
também no Piauí, no Maranhão e
em Goiás. Todos os acusados seriam levados para Belém.
Entre as 6h e as 12h, 11 pessoas
foram detidas em Parauapebas
(PA), uma em Marabá (PA), cinco
em Teresina (PI), duas em São
Luís (MA) e duas em Goiânia
(GO). Elas foram indiciadas por
estelionato e formação de quadrilha. De acordo com o superintendente da PF no Pará, delegado Néder Duarte, o grupo vinha sendo
investigado havia quatro meses.
Ao todo, foram expedidos 35
mandados de prisão.
"Cerca de 40% dos hackers presos já haviam sido detidos de junho a julho de 2002 e soltos por
falta de flagrante. Eles tiveram a
prisão preventiva decretada", disse Duarte. Os envolvidos que ainda não respondiam a processo foram presos temporariamente.
Um dos possíveis líderes do grupo, Valdeni França do Nascimento, 25, preso em Teresina, contou,
em depoimento, como funcionava o esquema de desvio.
"Ele disse inclusive que aquele
cadeado no canto da tela [que indicaria um site seguro] não adianta nada", afirmou o delegado Nelson Andrade, um dos executores
da operação no Piauí.
O programa descoberto ontem
-intitulado Projam- é mais
avançado do que o anterior usado
pelo grupo. Mais de 10 mil e-mails
eram enviados simultaneamente,
por meio dos quais descobriam se
os usuários tinham conta bancária. Depois, pesquisavam dados
como o número e a senha.
Quando os usuários abriam a
mensagem, o Projam era automaticamente instalado e copiava todos os dados.
A ação recebeu o nome de Cavalo de Tróia porque o método remete a um "presente de grego".
"Eles usavam mensagens com
atrativos para estimular a curiosidade de quem recebia. Uma delas
era chamada "Doutor Pênis", que
ensinaria a aumentar o pênis em
cinco centímetros", afirmou o superintendente Duarte.
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