São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2004

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OUTRO LADO

Advogado de Chong diz que PF não tem provas

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado do comerciante Law Kin Chong, Luiz Fernando Pacheco, disse ontem que a Polícia Federal investiga "há meses" seu cliente, mas não conseguiu apontar a suposta participação dele em esquemas de contrabando.
Segundo o advogado, a maior parte das empresas que foram alvo de buscas e apreensões não pertence a Chong nem está ligada a ele. "Recebemos essa operação com bastante tranqüilidade. Várias buscas são em empresas que não se referem a ele [Chong] e não levam a nenhuma prova contra ele", disse Pacheco.
O advogado definiu a ação de ontem como "mais uma dessas operações da PF estrepitosas, midiáticas, mas que não têm levado a provas".
Segundo Pacheco, Chong é "um empresário, que emprega 200 pessoas e aluga 600 salas". "É primário, nunca respondeu a processo por crime de contrabando", afirmou o advogado.
A respeito das esmeraldas apreendidas, o advogado afirmou que a PF "sonegou" informações à imprensa. Segundo ele, foi apresentado à PF documento que explicaria que as jóias estão declaradas no Imposto de Renda e que um dos advogados das empresas da família de Chong é fiel depositário das esmeraldas. A decisão judicial teria sido dada no decorrer de um processo em que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) cobra dívida da empresa Calinda, dos Chong. Assim, segundo o advogado, a existência das jóias era de conhecimento da Justiça Federal. A PF não comentou as alegações do advogado.
A advogada da empresa BDN Importação e Comércio Ltda., Renata Dota, que presenciou as prisões das três pessoas da empresa, não quis comentar as informações da Receita e da PF de que mercadorias em poder da empresa estavam irregulares no Brasil.
Segundo a advogada, "não há acusação formalizada" e, por isso, ela não teria como apresentar uma defesa dos clientes.
O administrador e sócio-proprietário da Companhia de Participações Santa Luzia, um dos principais alvos da Operação Capela, Jorge Tumadjian, 47, disse que a empresa não tem responsabilidade sobre o que os locatários das salas possam armazenar. Segundo ele, os aluguéis oscilam de R$ 500 a R$ 1.000 mensais. De acordo com o empresário, Chong foi sócio do outro proprietário da Santa Luzia, Aziz Haral Neto, em um shopping na 25 de Março, mas hoje os dois não teriam mais negócios em comum.


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