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"É injusto eles não pagarem"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Há morador com quatro carros, que vive numa casa de R$ 500
mil, mas não quer pagar por algo
que valoriza seu patrimônio. Eu
não posso ficar pagando pelas benesses dele a vida inteira", diz
Luiz Figueiredo, representante da
associação de moradores de um
loteamento de Cotia que tornou a
mensalidade obrigatória em 2004.
Figueiredo diz não haver diferença de tratamento aos que não
pagam as taxas. Avalia ser histórica a tendência da população de se
agrupar para "se proteger".
Amauri Martinez, que atua na
administração de um loteamento
fechado em Indaiatuba, diz que a
decisão de entrar com ações judiciais se deu depois de esperar "a
boa vontade" dos moradores. "O
cara se beneficia da portaria, da
valorização do imóvel. Não é justo
que não pague. Mas quem vai decidir é a Justiça."
Nicodemo Sposato Neto, presidente da associação das vítimas
de loteamento, diz que há mais de
200 ações de cobrança contra moradores que não querem pagar as
taxas em Cotia. "O poder público
enriquece: abre mão de sua função, mas não de impostos."
A cidade de São Paulo tem dezenas de bolsões residenciais. Mas
só sete estão regularizados sob a
legislação em vigor, de acordo
com Regina Monteiro, da direção
da Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização).
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