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Ministério da Saúde estuda usar técnica, reconhecida há 30 anos, em pacientes do SUS
Craniopuntura é indicada para tratar dores crônicas
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Reconhecida internacionalmente há 30 anos, a craniopuntura é uma técnica utilizada pela
medicina oriental especialmente
para tratar casos de dor crônica.
No método, que é parecido com a
acupuntura, as regiões de aplicação das agulhas ficam na cabeça.
Apesar de a técnica ser indicada
principalmente para tratamento
da dor, a craniopuntura também
é utilizada para casos de limitação
de movimentos do sistema músculo-esquelético e alterações do
sistema nervoso central.
Segundo o médico Ruy Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura
(Amba), são quatro pontos a serem trabalhados na craniopuntura: os básicos, os cerebrais, os sensoriais e os pontos ""Y" (por causa
do nome do criador do método,
Toshikatsu Yamamoto).
Por meio de uma massagem
com os dedos das mãos na cabeça
do paciente, o médico é capaz de
identificar os pontos específicos a
receber a agulha, de acordo com a
manifestação clínica.
"O paciente segue os caminhos
da medicina tradicional para fazer o diagnóstico clínico da doença. A partir daí, a craniopuntura
entra como medida terapêutica
de tratamento", diz Tanigawa.
A aplicação demora cerca de 20
minutos. O resultado, na maioria
das vezes, é imediato. "Por isso, o
nosso objetivo é fazer com que essa terapia seja disponibilizada na
rede de atenção básica à saúde."
Para que isso aconteça, a Amba
integrou um grupo, junto com
outras sociedades, para elaborar a
Política Nacional de Medicina
Natural e Políticas Complementares do SUS, do Ministério da Saúde. Um dos pontos da política
reúne várias ações da medicina
tradicional chinesa.
Segundo Carmen de Simoni, assessora técnica do Departamento
de Atenção Básica do ministério,
a política já foi aprovada pela comissão tripartite e aguarda análise
e aprovação do Conselho Nacional de Saúde.
A médica Rioko Kimiki Sakata,
responsável pelo ambulatório de
dor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo, concorda com
o uso de métodos alternativos para tratamento da dor, mas ressalta
que há casos em que as terapias
precisam ser acompanhadas de
medicamentos.
"Não importa a técnica alternativa que será usada. Pode ser massagem, laser ou acupuntura. O
que buscamos são resultados positivos e com menor gasto", diz.
A rede municipal de saúde de
Campinas já utiliza o método. Segundo Willian Ferreira, coordenador de Saúde Integrativa, a meta da prefeitura é diminuir em
15% o consumo de antiinflamatórios. "A craniopuntura é mais barata do que os remédios", diz.
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