São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2005

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Ministério da Saúde estuda usar técnica, reconhecida há 30 anos, em pacientes do SUS

Craniopuntura é indicada para tratar dores crônicas

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Reconhecida internacionalmente há 30 anos, a craniopuntura é uma técnica utilizada pela medicina oriental especialmente para tratar casos de dor crônica. No método, que é parecido com a acupuntura, as regiões de aplicação das agulhas ficam na cabeça.
Apesar de a técnica ser indicada principalmente para tratamento da dor, a craniopuntura também é utilizada para casos de limitação de movimentos do sistema músculo-esquelético e alterações do sistema nervoso central.
Segundo o médico Ruy Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (Amba), são quatro pontos a serem trabalhados na craniopuntura: os básicos, os cerebrais, os sensoriais e os pontos ""Y" (por causa do nome do criador do método, Toshikatsu Yamamoto).
Por meio de uma massagem com os dedos das mãos na cabeça do paciente, o médico é capaz de identificar os pontos específicos a receber a agulha, de acordo com a manifestação clínica.
"O paciente segue os caminhos da medicina tradicional para fazer o diagnóstico clínico da doença. A partir daí, a craniopuntura entra como medida terapêutica de tratamento", diz Tanigawa.
A aplicação demora cerca de 20 minutos. O resultado, na maioria das vezes, é imediato. "Por isso, o nosso objetivo é fazer com que essa terapia seja disponibilizada na rede de atenção básica à saúde."
Para que isso aconteça, a Amba integrou um grupo, junto com outras sociedades, para elaborar a Política Nacional de Medicina Natural e Políticas Complementares do SUS, do Ministério da Saúde. Um dos pontos da política reúne várias ações da medicina tradicional chinesa.
Segundo Carmen de Simoni, assessora técnica do Departamento de Atenção Básica do ministério, a política já foi aprovada pela comissão tripartite e aguarda análise e aprovação do Conselho Nacional de Saúde.
A médica Rioko Kimiki Sakata, responsável pelo ambulatório de dor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo, concorda com o uso de métodos alternativos para tratamento da dor, mas ressalta que há casos em que as terapias precisam ser acompanhadas de medicamentos.
"Não importa a técnica alternativa que será usada. Pode ser massagem, laser ou acupuntura. O que buscamos são resultados positivos e com menor gasto", diz.
A rede municipal de saúde de Campinas já utiliza o método. Segundo Willian Ferreira, coordenador de Saúde Integrativa, a meta da prefeitura é diminuir em 15% o consumo de antiinflamatórios. "A craniopuntura é mais barata do que os remédios", diz.


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