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WALDEMAR CIGLIONI (1918-2008)
O homem-verbete da radionovela
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na década de 1950, o nome
do "pai" da radiodifusão brasileira virou premiação: por
anos, o troféu Roquette Pinto foi entregue aos profissionais de maior destaque do rádio e da TV. Não contente em
ganhar um, Waldemar Ciglioni levou sete para casa.
"Hoje não se usa mais consultar enciclopédia, mas o
nome do meu pai é um verbete da radionovela no Brasil", conta o filho Walter.
Waldemar foi um colecionador de troféus e de histórias: de goleiro do São Paulo
nos anos 30 a militante estudantil preso pelo governo de
Getúlio Vargas, conheceu
personalidades que vão do
papa a Walt Disney.
Chegou a cursar direito na
USP, mas enveredou pela comunicação. O primeiro passo foi aos 17, na rádio Piratininga. Com o desenrolar da
carreira, fez tanto sucesso
que foi convidado a dirigir a
rádio São Paulo -ficou no
cargo por quase 30 anos.
Lá, atuou em "Fatalidade",
um dos maiores sucessos da
radionovela no país. O ofício
de radioator lhe trouxe tanta
fama que, quando saía à rua,
tinha que dar autógrafos.
Na rádio Mulher, comandou o programa "Cartas de
Amor". Começava sempre
com a frase: "Meu inesquecível amor...". "As mulheres
deliravam quando ele declamava", conta o filho. Atualmente, era diretor-superintendente da rádio Mundial.
Waldemar morreu anteontem, em São Paulo, pouco antes de completar 90
anos. Deixou cinco filhos, oito netos e um bisneto.
obituario@folhasp.com.br
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