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Donos de bares na Vila Madalena pedem trégua na fiscalização
Comerciantes dizem que vistorias da prefeitura têm sido "abusivas e excessivas"
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Donos de bares na Vila Madalena, na zona oeste de São
Paulo, estão pedindo uma trégua na fiscalização por parte da
prefeitura. Segundo eles, as vistorias têm sido abusivas e excessivas e, por conta do valor
das autuações, muita gente já
está pensando em mudar de
ponto ou até mesmo de ramo.
Há casos, segundo os comerciantes, em que os fiscais multam até quando os donos dos
bares não têm o documento de
renovação de licença de funcionamento por demora da própria prefeitura.
O empresário Arnaldo Altman, vice-presidente da Ageac
(associação que representa cerca de 40 bares e restaurantes da
região), esteve ontem com o
subprefeito de Pinheiros, Rogério Paixão. Ele, que possui
três bares na região, foi multado em R$ 28 mil porque a prefeitura ainda não renovou sua
permissão, solicitada em julho
e que, por lei, deveria ter sido
entregue em 30 dias.
Cerca de 40 dias depois do
prazo, veio a multa. "O certo seria ter sido notificado para
apresentar os documentos solicitados na subprefeitura", disse. Altman pede para não divulgar o nome de seus bares, por
medo de represália por parte
dos fiscais.
Já Edgar Del Nero, dono de
um bar na rua Aspicuelta (cujo
nome preferiu omitir pela mesma razão), diz que levou uma
multa de R$ 10 mil por desobedecer à Lei Cidade Limpa.
Ele afirma que, por conta da
lei antifumo, colocou duas mesas com cinzeiros fora do bar.
Uma delas, porém, tinha o adesivo de um energético. "A impressão é de que estamos juridicamente impotentes".
Quando abriu o bar Pero Vaz,
na rua Fradique Coutinho, Alexandre Saicaly disse ter investido R$ 800 mil. No mês passado,
quando conseguiu vendê-lo depois de ter sido lacrado duas vezes nos últimos três anos por
conta do Psiu [que proíbe barulho depois da 1h], conseguiu
apenas R$ 500 mil.
"Desisti do ramo de bares;
vou voltar para o ramo de boates fora de São Paulo, porque na
cidade não dá", diz Saicaly, que
é dono do bar Rancho da Vila,
também à venda.
Welder Costa, gerente do bar
Quitandinha, na rua Fidalga,
afirma que o local foi multado,
também por conta do Psiu, por
manter mesas na calçada depois da 1h. O problema, segundo ele, é que as mesas estavam
recolhidas e apenas encostadas
na parede externa do bar.
"Eles [os fiscais] nos tratam
como se fôssemos camelô e
chegam como se fossem o "rapa'", afirma Altman.
Procurada pela reportagem
por meio da assessoria de imprensa durante toda a tarde e a
noite de ontem, a prefeitura
não respondeu às queixas levantadas pelos comerciantes. A
assessoria confirmou apenas
que o encontro, que segundo
Altman foi bastante positivo,
realmente ocorreu.
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