São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011

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Seria pior se nada fosse feito, diz Sabesp

Para a estatal, investimentos do Projeto Tietê tiraram 1,5 milhão de litros de esgoto sem tratamento do rio por dia

Segundo a companhia, embora seja difícil perceber melhora na Grande SP, poluição retrocedeu no interior

Luiza Sigulem/Folhapress
Mancha preta nas águas do rio Tietê, na cidade de Tietê, a 145 km da capital; moradores dizem que situação melhorou

DE SÃO PAULO

A situação do rio Tietê é dramática, mas poderia ser pior se não tivesse havido o plano de despoluição, segundo avaliação da Sabesp.
"Como estaria o rio se nada tivesse sido feito? Seria mais 1,5 milhão de litros de esgoto por dia chegando ao rio sem tratamento", diz Carlos Eduardo Carrela, superintendente de Gestão de Projetos Especiais da companhia.
Para ele, na região é "muito difícil" perceber o que já foi feito. "Pode até aparecer uma melhora no relatório, um ponto aqui, um ponto ali, mas a sensação é que realmente não melhorou."
De acordo com ele, o plano está sendo executado dentro da concepção inicial, que era construir as estações de tratamento na primeira etapa e investir bastante na segunda fase para transportar o esgoto a essas estações.
"A terceira etapa é uma sequência, agora para o anel externo da metrópole, cada vez mais longe, cada vez mais caro e cada vez mais em regiões complicadas", diz. A previsão é gastar US$ 1,05 bilhão.

INTERIOR
Segundo a Sabesp, antes, a mancha de poluição da Grande SP ia até Barra Bonita (267 km da capital). Hoje, recuou 160 km, até Salto.
A melhora é pequena, mas perceptível nos últimos cinco anos em Tietê, cidade a 145 km da capital que deve o nome ao rio, segundo Antônio Reginaldo Salvador, o Nei, 47, do Grupo Ecológico Tietê.
"Há cerca de 15 anos, o rio ficou crítico. De uns cinco anos para cá, melhorou muito, ano a ano, mas ainda está longe de chegar ao ideal."
Na cidade, o rio tem mais vida que na capital. A Folha viu peixes saltando na água e outros animais como patos, paturis, cágados, capivaras e garças em boa quantidade.
Mas havia também uma quantidade enorme de lixo, principalmente sacolas plásticas e garrafas PET, trazidas, segundo relato de moradores, da região metropolitana.
Apesar da existência de peixes, o rio perdeu quase todos os ranchos que tinha às margens e ninguém se arrisca a pescar no trecho hoje.
"Eu só conheço um cara que pesca aqui, mas por diversão. Pesca e solta", diz Edvandro Caldeira Vaz, 29. (JB)


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