São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011

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Bebês modernos usam fralda de pano da época da vovó

Na nova versão, bem mais prática que as antigas e com modelo anatômico, alfinetes deram lugar a botões

Para quem defende o uso, as novas fraldas de pano além de poluir menos também evitam assaduras nos bebês

TALITA BEDINELLI

DE SÃO PAULO

Quando Emília nasceu, há um ano e nove meses, a funcionária pública Lia Miranda de Lima, 29, fez uma opção que causou espanto em parte de seus conhecidos: seu bebê usaria fraldas de pano.
A blogueira Luíza Diener, 26, tomou a mesma decisão quando o filho Benjamin nasceu, há um ano e dois meses.
Elas resolveram deixar para trás as fraldas descartáveis em busca de uma opção que dizem ser mais ecológica (polui menos), mais saudável para o bebê (provocam menos assaduras) e mais barata.
O uso da fralda de pano entre a classe média está voltando no país nos últimos anos -na internet há até comunidades específicas para a troca de experiências entre as mães que são adeptas.
Essas fraldas atuais, no entanto, são bem modernas. Só lembram as usadas pelas gerações anteriores no material.
Elas já têm formato anatômico (o mesmo das descartáveis) e são fechadas com botões, em vez de alfinetes.

LIMPEZA
Também não precisam ser lavadas todas as vezes. Há a opção de colocar entre a "capa" de pano e o bebê um "refil" (tecido feito de microfibra que absorve os dejetos). Se não houver vazamento na fralda, só o refil é lavado.
Cada refil custa cerca de R$ 10 e as mães devem ter três para cada fralda. Já o preço da fralda varia de R$ 22 a R$ 35. "Meu trabalho é jogar as fezes do tecido no vaso sanitário e colocar o pano na máquina de lavar", diz Luíza.
Esse tipo de fralda já é popular em países da Europa e da América do Norte, mas há apenas quatro anos começou a ser fabricado no Brasil.
Bettina Lauterbach, 43, que criou em 2007 a "Fralda Bonita", a primeira do país a produzir fraldas de pano, afirma que hoje vende, por mês, cerca de 400 unidades.
Ana Paula Silva, 28, que há três anos encomendou do Canadá fraldas para a filha também abriu uma confecção para fabricá-las no Brasil em 2009, a Morada da Floresta. "Economizamos muito lixo. Uma fralda descartável leva 450 anos para se decompor".
Mas há estudos que divergem sobre a vantagem ecológica delas. Alguns apontam que as fraldas de pano gastam mais água do que as descartáveis (na fabricação); outros, que gastam menos.
Zilda Prado de Oliveira, presidente do departamento de dermatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, alerta que os pais devem ficar atentos para o bebê não ficar úmido. "Ela não tem gel, que é mais absorvente. Mas pode ser melhor pois não têm plástico que faz transpirar".


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