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ADMINISTRAÇÃO
Apesar disso a produção de resíduos sólidos não será levada em conta na cobrança da nova taxa da prefeitura
Paulistano mais rico produz 5 vezes mais lixo
FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local
O paulistano que mora na região
de Ermelino Matarazzo (zona leste
de São Paulo) produz, em média,
cinco vezes menos lixo que o morador de Pinheiros (zona sudoeste), mas vai pagar a mesma taxa
anual de R$ 87,50 para os serviços
de limpeza pública, de acordo
com a proposta da prefeitura.
O projeto de lei do Executivo,
encaminhado à Câmara Municipal na semana passada, vem provocando muita polêmica, o que
põe em risco sua aplicação para o
próximo ano -já que teria de ser
votado até 30 de dezembro de 98.
Uma das principais críticas à nova Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos é que o valor a ser pago pelo
contribuinte independe da região
em que mora, do tamanho do
imóvel ou da sua renda.
A Folha teve acesso a um relatório da Secretaria Municipal das
Administrações Regionais, que
mostra a produção média de lixo
por habitante de cada região da cidade de São Paulo.
Pelo documento, cada morador
da região de Pinheiros produziu,
entre janeiro e setembro deste
ano, 551 kg de lixo -quase cinco
vezes mais que um morador de Ermelino Matarazzo, que produziu
119 kg nesses nove meses (veja
quadro nesta página). Mas a taxa
será a mesma para os dois.
A administração regional da Sé
(região central) foi a recordista em
produção de lixo no período
-233 mil toneladas. Dividindo o
valor pela população que mora na
região, a produção média foi de
535 kg -mais que o dobro de
quem mora em Itaquera (zona leste de São Paulo).
Com a adoção da nova taxa, haverá também grandes diferenças
de valor em imóveis na mesma região da cidade. Isso acontece porque a nova taxa, que substituiria a
Taxa de Conservação e Limpeza
-contestada na Justiça-, não está vinculada diretamente ao IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano) e não leva em conta nem a
região da cidade na qual o imóvel
está instalado.
O prefeito Celso Pitta disse que a
cobrança de um mesmo valor para
todos os paulistanos é constitucional e necessária para garantir a
continuidade do serviço de limpeza na cidade (leia texto abaixo).
Mistério
Pelo projeto encaminhado à Câmara Municipal, a prefeitura espera arrecadar R$ 190 milhões no
próximo ano com a nova taxa. No
entanto, a administração municipal ainda não esclareceu como vai
levantar os outros R$ 276 milhões
necessários para realizar os serviços de limpeza pública.
O diretor do Departamento de
Limpeza Urbana, Carlos Alberto
Venturelli, acredita que parte desta verba pode ser obtida cobrando
dos grandes geradores de lixo da
cidade (leia texto abaixo).
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