São Paulo, sexta, 6 de novembro de 1998

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Maior produtor deve pagar pela coleta

da Reportagem Local

O diretor do Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), Carlos Alberto Venturelli, acredita poder tapar parte do buraco de R$ 276 milhões nos cofres públicos que surgiria com a nova taxa aplicando uma lei criada na gestão Jânio Quadros.
A lei municipal 10.315, de 1987, prevê que os grandes geradores de lixo (aqueles que produzem mais de 50 kg ou 100 litros de lixo por dia) paguem a empresas particulares para fazer o recolhimento dos detritos e à prefeitura para depositar o lixo nos aterros municipais.
Hoje, no entanto, menos de 2.000 estabelecimentos cumprem a legislação. O restante tem o lixo recolhido gratuitamente pelas empresas pagas pela prefeitura. Mas Venturelli diz estar acabando com esse vício administrativo.
"Já enviamos notificações para 3.000 estabelecimentos informando que eles têm um prazo de 30 dias para modificar seus procedimentos. Quando o prazo acabar, vamos parar de recolher o lixo gratuitamente", diz.
Na avaliação de Venturelli, há cerca de 20 mil estabelecimentos -a maioria comercial- na cidade que deveriam estar pagando pelo recolhimento de lixo.
Os estabelecimentos também teriam de pagar R$ 48,50 por tonelada de lixo despejada nos aterros da prefeitura. A verba é utilizada para cobrir despesas de tratamento do lixo e manutenção dos dois aterros -São João (na zona leste) e Bandeirantes (na zona norte).
Mas mesmo que todos esses hotéis, restaurantes, bares, casas noturnas e escritórios comecem a pagar para empresas privadas pelo recolhimento de lixo, não será possível tapar todo o buraco que será gerado com a nova taxa.
"Não será possível zerar o buraco com essa medida. Com a aplicação da lei, vamos ter cerca de 60% da receita que falta", afirma Venturelli. "O restante deve ser tapado com outras medidas", disse, sem explicar o que será feito.
O secretário municipal das Finanças, José Antonio de Freitas, que esteve reunido ontem com o prefeito Celso Pitta, não respondeu aos telefonemas da Folha para explicar como a diferença orçamentária será tapada. (FS)



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