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ACIDENTE
Casa desabou em túnel do Metrô
Consórcio aponta solo instável em Pinheiros
DA REPORTAGEM LOCAL
O consórcio Via Amarela, que
constrói a linha 4 do Metrô (Luz-Vila Sônia), afirmou ontem que o
desabamento ocorrido no último
sábado, em Pinheiros (zona oeste
de São Paulo), está ligado a uma
falha geológica no terreno, que
torna o solo da região instável. No
incidente, uma casa desabou. No
total, foram danificados cinco
imóveis e um estacionamento.
Mesmo sem a conclusão do laudo, a composição do terreno e a
chuva foram apontados ontem
pelo Via Amarela como as principais causas do acidente.
O Metrô e policiais também estudam o motivo do desabamento.
A Polícia Civil investiga a eventual
responsabilidade do consórcio,
que reúne as empreiteiras CBPO,
OAS, Queiroz Galvão e Alstom.
Enquanto os estudos são feitos,
moradores se reorganizam. O comerciante Celso Ito, 46, voltou à
rua Amaro Cavalheiro, onde vivia
na casa que afundou com a mulher e as filhas, de 11 e 9 anos, para
retirar móveis e objetos. Ele também tinha ali uma lavanderia. "Só
depois vamos ver o que pôde ser
aproveitado." Por enquanto, seus
pertences ficarão em um galpão.
"Ainda nem avaliei o prejuízo."
Já a obra ainda não foi retomada. Ontem o Metrô começou a injetar argamassa no buraco da escavação. Quando o material secar, as escavações recomeçarão.
Segundo o Via Amarela, o acidente não adiará o cronograma.
O consórcio disse ter seguro e se
comprometeu a ressarcir os danos causados nos imóveis.
Falha conhecida
Segundo o Via Amarela, a falha
geológica havia sido detectada
antes do acidente e a escavação
considerava esse fato, mas a água
da chuva sobrecarregou a obra
"quando o concreto ainda não estava duro". O consórcio nega negligência na construção, uma das
principais do governo Geraldo
Alckmin (PSDB), cotado para disputar a Presidência em 2006.
"O trabalho em rocha fraturada
pode levar a uma infiltração além
do que é especificado no projeto,
mas isso são hipóteses", disse o
gerente de construção da linha 4,
Marco Antonio Buon Compagno.
Inicialmente, a construção deveria terminar em 2007, mas teve
o prazo adiado para o fim de 2008.
Também mudou a técnica de
construção. A previsão era usar
duas máquinas que fazem escavação mecanizada, na qual são feitos anéis para escorar o túnel. Como só uma máquina foi adquirida, acabou sendo adotada outra
forma de intervenção, pela qual a
escavação usa concreto projetado
como suporte e que permite diversas frentes de perfuração.
Indagado se as máquinas ofereceriam mais segurança, Compagno disse ser uma questão "complexa". "Conhecemos obras com
problemas com as duas técnicas."
Ele negou ligação com o atraso.
"Não temos prazo político."
Colaborou o "Agora"
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