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Irmão da presidente do Salgueiro é baleado em ataque que matou 3
Polícia apura se crime tem ligação com disputa pelo espólio do bicheiro Maninho
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Um ataque a tiros em frente à
quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Andaraí (zona norte do Rio), deixou
três mortos e três feridos. Pedro Paulo Fernandes, 32, irmão
da presidente da agremiação,
Regina Duran, levou oito tiros e
está em estado grave.
Uma das linhas de investigação da polícia indica mais um
capítulo da guerra pelo espólio
do bicheiro Waldemar Paes
Garcia, o Maninho, assassinado
em 2004. Maninho era patrono
da escola e explorava pontos de
caça-níquel.
Mas os investigadores não
descartam a hipótese de uma
possível briga interna no Salgueiro ou de um ataque feito
por traficantes a esmo ou visando algum dos policiais.
Os seis baleados estavam em
frente ao Salgueiro anteontem
à noite. Moradores afirmam
que o local é usado para a contabilidade da exploração de caça-níqueis e do jogo do bicho.
Testemunhas disseram à polícia que um carro escuro (possivelmente um Scénic) entrou
na rua em alta velocidade. Ao se
aproximar do grupo, os ocupantes do carro dispararam e
fugiram. Peritos coletaram no
local 20 cartuchos de três calibres diferentes.
O PM reformado Gustavo Pires Lucas, 36, e Carlos Alberto
de Oliveira Júnior, 29, morreram no local. O PM Felipe Figueiredo chegou a ser levado ao
hospital, mas não resistiu.
Pedro Paulo estava internado em estado grave no hospital
do Andaraí até a conclusão desta edição. O bombeiro Renato
de Azevedo Buccos, 46, está internado. O PM André Luiz Bittencourt de Souza foi baleado
na perna, atendido no hospital
e liberado ontem pela manhã.
O PM que recebeu alta afirmou, em depoimento à polícia,
que esperava um amigo e não
acompanhava o grupo. A polícia investiga se os homens que
estavam com Pedro Paulo faziam sua segurança pessoal.
O prédio em frente ao local
do ataque foi atingido por três
tiros -um deles próximo à janela de um apartamento. Segundo moradores, crianças
brincavam no prédio no momento do crime.
Desde 2004, este é o quarto
atentado tendo como alvo dirigentes da agremiação ou seus
familiares. A guerra começou
após o assassinato do bicheiro
Maninho. Desde então, seu
genro, José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, e o irmão do
bicheiro, Alcebíades Paes Garcia, o Bide, disputam o controle
dos negócios.
No ano passado, foram assassinados o então vice-presidente do Salgueiro, Guaracy Paes
Falcão, o Guará, e sua mulher,
Simone Moujarkian.
Zé Personal foi preso no ano
passado em São Paulo, suspeito
de ter participado do crime,
mas foi solto recentemente.
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