São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2008

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Irmão da presidente do Salgueiro é baleado em ataque que matou 3

Polícia apura se crime tem ligação com disputa pelo espólio do bicheiro Maninho

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Um ataque a tiros em frente à quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Andaraí (zona norte do Rio), deixou três mortos e três feridos. Pedro Paulo Fernandes, 32, irmão da presidente da agremiação, Regina Duran, levou oito tiros e está em estado grave.
Uma das linhas de investigação da polícia indica mais um capítulo da guerra pelo espólio do bicheiro Waldemar Paes Garcia, o Maninho, assassinado em 2004. Maninho era patrono da escola e explorava pontos de caça-níquel.
Mas os investigadores não descartam a hipótese de uma possível briga interna no Salgueiro ou de um ataque feito por traficantes a esmo ou visando algum dos policiais.
Os seis baleados estavam em frente ao Salgueiro anteontem à noite. Moradores afirmam que o local é usado para a contabilidade da exploração de caça-níqueis e do jogo do bicho.
Testemunhas disseram à polícia que um carro escuro (possivelmente um Scénic) entrou na rua em alta velocidade. Ao se aproximar do grupo, os ocupantes do carro dispararam e fugiram. Peritos coletaram no local 20 cartuchos de três calibres diferentes.
O PM reformado Gustavo Pires Lucas, 36, e Carlos Alberto de Oliveira Júnior, 29, morreram no local. O PM Felipe Figueiredo chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.
Pedro Paulo estava internado em estado grave no hospital do Andaraí até a conclusão desta edição. O bombeiro Renato de Azevedo Buccos, 46, está internado. O PM André Luiz Bittencourt de Souza foi baleado na perna, atendido no hospital e liberado ontem pela manhã.
O PM que recebeu alta afirmou, em depoimento à polícia, que esperava um amigo e não acompanhava o grupo. A polícia investiga se os homens que estavam com Pedro Paulo faziam sua segurança pessoal.
O prédio em frente ao local do ataque foi atingido por três tiros -um deles próximo à janela de um apartamento. Segundo moradores, crianças brincavam no prédio no momento do crime.
Desde 2004, este é o quarto atentado tendo como alvo dirigentes da agremiação ou seus familiares. A guerra começou após o assassinato do bicheiro Maninho. Desde então, seu genro, José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, e o irmão do bicheiro, Alcebíades Paes Garcia, o Bide, disputam o controle dos negócios.
No ano passado, foram assassinados o então vice-presidente do Salgueiro, Guaracy Paes Falcão, o Guará, e sua mulher, Simone Moujarkian.
Zé Personal foi preso no ano passado em São Paulo, suspeito de ter participado do crime, mas foi solto recentemente.


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