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TRANSPORTE
Motoristas e cobradores de SP decidem fazer paralisação a partir da 0h de hoje em viações que não pagarem salários
Greve pode atingir metade dos ônibus
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Motoristas e cobradores decidiram entrar em greve a partir da 0h
de hoje nas empresas de ônibus
de São Paulo que não tiverem pago os salários e horas extras. O
atraso atingia mais de metade do
sistema, mas a categoria, que se
reuniu à tarde, deu um prazo às
viações até as 24h de ontem.
Na tarde de ontem, 23 das 39
empresas não tinham depositado
os salários dos trabalhadores, que
deveriam ter recebido até anteontem, dia 5. A ameaça de greve
atingia principalmente a zona leste, podendo afetar 2 milhões dos
3,7 milhões de passageiros diários
do sistema de ônibus paulistano.
O presidente do sindicato dos
motoristas, Edivaldo Santiago,
disse que a decisão definitiva sobre a greve nas viações seria tomada durante a madrugada em
cada uma das garagens. "Se os salários estiverem na conta, os funcionários trabalham normalmente. Senão, os ônibus não rodarão,
por tempo indeterminado, até
que os depósitos sejam feitos."
A paralisação, se for concretizada, acontecerá às vésperas do aumento da tarifa de R$ 1,40 para R$
1,70, a partir do próximo dia 12. O
reajuste de 21,42% supera a inflação acumulada desde maio de
2001, data do último aumento. O
índice no período é de 13,79%, segundo a Fipe, e de 18,38%, de
acordo com medição do Dieese.
O secretário de Formação e Cultura do sindicato, Francisco Xavier da Silva Filho, disse que parte
das viações em atraso prometeu
pagar hoje, no decorrer do dia,
mas que, em mais de dez delas,
não havia nem promessas.
Segundo ele, a categoria tentou
se reunir com Jilmar Tatto, secretário dos Transportes, mas não foi
recebida. "Estou prevendo dificuldades na relação com a prefeitura", disse Edivaldo Santiago.
O Transurb (sindicato das viações de ônibus) informou no final
da tarde, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi tomado
de surpresa pela decisão dos trabalhadores. Segundo a entidade,
os representantes das empresas
tentariam uma negociação até a
madrugada com os trabalhadores
para evitar a paralisação.
A assessoria do Transurb não
soube dizer, porém, quantas viações teriam condições de fazer os
pagamentos até a meia-noite.
O secretário Jilmar Tatto não se
manifestou ontem. A Secretaria
Municipal dos Transportes costuma adotar medidas emergenciais
quando a paralisação não é total
-que vão da liberação dos itinerários para os perueiros ao Paese,
plano de emergência que desloca
a frota técnica das viações que estão em operação para operar nas
linhas que estão paradas.
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