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ESTRADAS
Estado negocia conceder o sistema Ayrton Senna/Carvalho Pinto ou repassar o arrecadado em pedágios em troca da obra
SP "barganha" rodovia para duplicar Tamoios
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
MAURÍCIO EIRÓS
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A administração Geraldo Alckmin (PSDB) vai negociar com a
iniciativa privada a concessão do
sistema Carvalho Pinto/Ayrton
Senna ou somente a receita dos
pedágios dessas duas estradas em
troca da duplicação da rodovia
dos Tamoios, principal acesso ao
litoral norte de São Paulo.
Uma decisão do PED (Programa Estadual de Desestatização),
tomada no final de 2003, também
autorizou a Secretaria dos Transportes a apresentar, até março,
um projeto de desestatização que
envolva ainda a Dom Pedro 1º
(que liga Campinas a Jacareí, no
Vale do Paraíba) e trechos da Marechal Rondon que ainda estão
sob responsabilidade do governo.
Na prática, a medida poderá significar a retomada do programa
de concessões de rodovias, interrompido em 2000 e que se tornou
polêmico por ter triplicado a
quantidade de praças de pedágio
em São Paulo e elevado as tarifas
anualmente acima da inflação.
O secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes, afirma
que, desta vez, não está prevista a
construção de novos postos de
cobrança nem uma mudança nos
critérios de reajuste. "A autorização está limitada às que já são pedagiadas. O objetivo é levantar recursos para fazer obras como a da
Tamoios", diz.
Segundo ele, a empresa vencedora da licitação também se comprometeria a estender a Carvalho
Pinto até a rodovia Oswaldo Cruz
(SP-125), em Taubaté, cidade onde há o acesso à rodovia Floriano
Rodrigues Pinheiro (SP-123), que
leva a Campos do Jordão.
Estimada em R$ 300 milhões, a
duplicação da Tamoios no trecho
fora da serra (62,5 km) era promessa de Alckmin -mas o Estado não pode bancar a obra pois
está impedido de se endividar.
Lopes a classificava como uma
das obras "emblemáticas" do segundo mandato. Agora, diz que
sua conclusão no atual governo
será possível só com participação
da iniciativa privada -com possibilidade de a rodovia também
ter a administração terceirizada.
A concessão do sistema Ayrton
Senna/Carvalho Pinto é uma opção cogitada, mas também existe
a alternativa de mantê-la sob administração da Dersa e só vincular a receita de seus pedágios à
obra na Tamoios. Ou seja: a empresa responsável pela obra custearia a duplicação e, ao longo do
tempo, seria ressarcida por meio
do arrecadado pelos pedágios.
Lopes diz que a definição sairá
nos próximos três meses e que a
intenção é começar as obras no
ano que vem. Ela duraria 18 meses, sendo possível sua entrega no
final da atual administração. O secretário afirma que a "decisão política" já está tomada, faltando essa "equação" da maneira mais
viável economicamente.
No início do mês passado, Alckmin chegou a entregar algumas
obras de melhoria na rodovia dos
Tamoios -mas insuficientes para a melhoria do trânsito-, entre
elas a duplicação de 2,4 km na serra, implantação de uma terceira
faixa, recapeamento e pavimentação de acostamentos, com investimentos de R$ 10,3 milhões.
A inclusão da Dom Pedro 1º e da
Marechal Rondon num novo programa de concessões de rodovias
faz parte de um projeto de criar
um segundo corredor de exportação em São Paulo (além do sistema Anchieta-Imigrantes, que leva
ao porto de Santos), ligando centros importantes do interior (Ribeirão Preto, Campinas, São José
dos Campos) ao porto de São Sebastião, que também deve ser repassado à iniciativa privada.
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