São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Bebê de dois anos morre asfixiado após ser esquecido no carro pelo pai

Caso foi em Porto Alegre; menino ficou em estacionamento por duas horas

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma criança de dois anos morreu asfixiada dentro de um carro após ter sido esquecida pelo pai, na tarde de sexta-feira, em Porto Alegre (RS).
O pai do menino deveria levá-lo à creche, mas esqueceu o bebê -que dormia em uma cadeirinha no banco traseiro do carro- e seguiu para o trabalho, no bairro Santana.
O automóvel foi deixado no estacionamento da firma, que não é coberto.
O inspetor de Polícia Civil Jaírton Pescador disse que a tarde estava muito quente e que um laudo preliminar informou que a morte da criança ocorreu por asfixia.
O menino ficou no carro das 15h30 até as 17h30, quando o pai chegou ao local e tentou socorrê-lo. O bebê foi levado às pressas ao hospital Porto Alegre, mas já chegou sem vida.
O próprio pai procurou a Polícia Civil para informar as circunstâncias da morte da criança, ainda na sexta-feira.
Ele deverá depor hoje na Polícia Civil. Poderá responder por homicídio culposo (sem intenção de matar) -cuja pena varia de um a três anos de reclusão. Mas também é possível que receba a suspensão condicional em caso de processo.
O enterro do menino foi anteontem. "Ele [o pai] chorava muito e disse que era impossível avaliarmos o que ele estava passando. A mãe da criança nem tinha condições de falar", disse Pescador.

Outros casos
Em abril de 2007, um menino com um ano e quatro meses morreu ao ser esquecido no carro pelo pai, o biólogo Ricardo Garcia, em Guarulhos (Grande SP). Ele disse que estava nos primeiros dias de férias e teve a rotina mudada.
A criança sofreu uma parada cardiorrespiratória. Em maio, o biólogo foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio culposo. O promotor Ricardo Manuel Castro disse, em texto à 6ª Vara Criminal de Guarulhos, que era "lícito" o pai passar pelo constrangimento do processo criminal "para demonstrar que a sociedade reprovava a sua conduta como péssimo pai e ser humano".
Em abril de 2006, um garoto de um ano e três meses também morreu em São Paulo pelo mesmo motivo. O pai, o administrador Carlos Alberto Legal, recebeu a suspensão condicional do processo.


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