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Estabelecimento diz que só "minoria" dos alunos é dispensada de seguir regras
DA REPORTAGEM LOCAL
Lúcio Almeida, que se identificou como diretor da Auto Moto Escola Silver, admitiu que alguns de seus alunos não passam pela identificação digital
no começo e no final de cada
aula, mas afirma que são "uma
minoria" e que a intenção não é
burlar a carga horária exigida.
"É somente um ou outro caso. Às vezes ele [aluno] trabalha
perto [do local de aula], daí a
gente dispensa [de ir à auto-escola para passar pela biometria]", declarou Almeida.
Na Auto Escola Dois Irmãos,
um homem que se identificou
somente como Peterson e se
disse responsável pelo estabelecimento deu apenas algumas
informações iniciais, interrompeu a ligação e não voltou mais
a falar com a reportagem.
Ele disse que não tinha conhecimento de nenhum aluno
que tivesse sido autorizado pela
auto-escola a realizar menos do
que as 15 aulas práticas obrigatórias e sem passar pela biometria. Afirmou também que algum aluno pode ter interpretado de maneira errada as orientações do estabelecimento.
As auto-escolas Topo e Santa
Rita foram procuradas, mas
não responderam. Na Santa Rita, uma atendente, ao ser informada do teor da reportagem,
disse que a Folha teria de publicar a lista de todas as auto-escolas de São Paulo se fosse
para informar quais não seguiam as exigências da identificação por meio de digital.
Auditoria
O diretor do Detran paulista,
Ruy Estanislau, decidiu solicitar uma auditoria no banco de
registros da Prodesp (companhia de processamento de dados) para verificar a existência
de fraude ou falha técnica no
sistema de identificação digital.
A informação foi dada por
meio da assessoria de imprensa
do órgão, depois do contato feito pela Folha.
O Detran informou que a intenção da auditoria "é resguardar a legitimidade do processo"
de biometria, que é exigida pelas portarias do departamento.
O órgão disse também que
irá analisar os dados para verificar se auto-escolas, clínicas
médicas e psicotécnicas transgrediram os procedimentos
exigidos pela legislação.
O delegado José Emílio Pescarmona, da Corregedoria do
Detran, afirmou que um dos
motivos da burla ao sistema de
identificação digital ocorre
porque os aparelhos captam
somente um dos dedos do candidato -e, às vezes, é inserida a
imagem do indicador, outras
vezes do polegar, havendo divergência de informações.
"Está sendo aprimorado um
novo sistema, com os dez dedos", afirmou Pescarmona.
Segundo ele, os motoristas
que não passaram pela identificação digital podem ter as suas
carteiras de habilitação cassadas, mas somente se ficar comprovado que eles não cumpriram todas as aulas e exames
obrigatórios por lei.
A assessoria de imprensa da
Prodesp informou que caberia
ao Detran responder os questionamentos sobre os problemas da biometria.
(AI)
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