São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Estabelecimento diz que só "minoria" dos alunos é dispensada de seguir regras

DA REPORTAGEM LOCAL

Lúcio Almeida, que se identificou como diretor da Auto Moto Escola Silver, admitiu que alguns de seus alunos não passam pela identificação digital no começo e no final de cada aula, mas afirma que são "uma minoria" e que a intenção não é burlar a carga horária exigida.
"É somente um ou outro caso. Às vezes ele [aluno] trabalha perto [do local de aula], daí a gente dispensa [de ir à auto-escola para passar pela biometria]", declarou Almeida.
Na Auto Escola Dois Irmãos, um homem que se identificou somente como Peterson e se disse responsável pelo estabelecimento deu apenas algumas informações iniciais, interrompeu a ligação e não voltou mais a falar com a reportagem.
Ele disse que não tinha conhecimento de nenhum aluno que tivesse sido autorizado pela auto-escola a realizar menos do que as 15 aulas práticas obrigatórias e sem passar pela biometria. Afirmou também que algum aluno pode ter interpretado de maneira errada as orientações do estabelecimento.
As auto-escolas Topo e Santa Rita foram procuradas, mas não responderam. Na Santa Rita, uma atendente, ao ser informada do teor da reportagem, disse que a Folha teria de publicar a lista de todas as auto-escolas de São Paulo se fosse para informar quais não seguiam as exigências da identificação por meio de digital.

Auditoria
O diretor do Detran paulista, Ruy Estanislau, decidiu solicitar uma auditoria no banco de registros da Prodesp (companhia de processamento de dados) para verificar a existência de fraude ou falha técnica no sistema de identificação digital.
A informação foi dada por meio da assessoria de imprensa do órgão, depois do contato feito pela Folha.
O Detran informou que a intenção da auditoria "é resguardar a legitimidade do processo" de biometria, que é exigida pelas portarias do departamento.
O órgão disse também que irá analisar os dados para verificar se auto-escolas, clínicas médicas e psicotécnicas transgrediram os procedimentos exigidos pela legislação.
O delegado José Emílio Pescarmona, da Corregedoria do Detran, afirmou que um dos motivos da burla ao sistema de identificação digital ocorre porque os aparelhos captam somente um dos dedos do candidato -e, às vezes, é inserida a imagem do indicador, outras vezes do polegar, havendo divergência de informações.
"Está sendo aprimorado um novo sistema, com os dez dedos", afirmou Pescarmona.
Segundo ele, os motoristas que não passaram pela identificação digital podem ter as suas carteiras de habilitação cassadas, mas somente se ficar comprovado que eles não cumpriram todas as aulas e exames obrigatórios por lei.
A assessoria de imprensa da Prodesp informou que caberia ao Detran responder os questionamentos sobre os problemas da biometria. (AI)


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