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PASQUALE EXPLICA
O hífen é grande vilão do (Des)Acordo Ortográfico
PASQUALE CIPRO NETO
COLUNISTA DA FOLHA
Feitas para descomplicar, as
novas regras do uso do hífen
acabaram criando labirintos
até agora indecifráveis.
Em tese, o critério adotado é
simplificador. Com boa parte
dos prefixos ("auto", "semi",
"anti" etc.) e com elementos de
composição ("mega", "multi",
"micro" etc.), emprega-se hífen
basicamente em duas situações: quando o segundo elemento começa por "h" ou por
letra igual à que encerra o prefixo ou elemento de composição.
Tradução: em "anti-inflamatório" e "mega-hotel", há hífen;
em "antiaéreo" e "megaempresa", não. Nesses casos, se o segundo elemento começa por
"r" ou "s", dobram-se essas letras: "antissocial", "megarraio".
É claro que a questão não se
limita ao visto no parágrafo anterior. A "Base XVI" ("Do hífen
nas formações por prefixação,
recomposição e sufixação") do
texto oficial do Acordo não é
precisa o bastante para deixar
claro o que ocorre, por exemplo, com o prefixo "re-": aplica-se ao pé da letra a orientação
vista acima e coloca-se hífen
em "re-educar" e "re-eleger" ou
se dá um "jeitinho" e se encaixa
esse caso (e outros) numa interpretação particular e se preserva a grafia atual ("reeducar",
"reeleger"), mais palatáveis?
O "Vocabulário Ortográfico"
(prometido para o mês que
vem) deve desfazer (espera-se)
esse e muitos outros nós, que
não cabem neste espaço. É isso.
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