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Prejuízo com a chuva já supera
R$ 1 bilhão
Com esse valor seria possível construir e equipar 20 hospitais de 75 leitos; temporais no Sul e no Sudeste causaram 138 mortes
Só em recuperação de estradas, a conta será superior aos R$ 300 milhões; em SP, 12% das rodovias estão com problemas
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
As chuvas que atingem o Sul
e o Sudeste do país já causaram,
além de 138 mortes, um prejuízo material superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Com o valor daria para construir e equipar, por exemplo, 20
hospitais de 75 leitos cada um.
Só em recuperação de estradas, os gastos devem superar
R$ 300 milhões. Em São Paulo,
12% das vias estão com problemas -incluindo a Mogi-Bertioga, liberada na segunda-feira, e
a Oswaldo Cruz, reaberta ontem, mas que segue em obras.
No Rio Grande do Sul, além da
queda de uma ponte em Agudo,
7% das estradas estão bloqueadas ao menos parcialmente.
"Estamos em um período caracterizado por excedentes de
chuvas desde a primavera, o
que deixa o solo mais saturado
e vulnerável aos alagamentos
mesmo com volumes relativamente pequenos", afirma Ricardo de Camargo, meteorologista e professor da USP.
Mas, isso, segundo ele, não
isenta totalmente o poder público de responsabilidades.
Como no Brasil, de maneira
geral, a ocupação é desordenada e sem planejamento, afirma
ele, "várias cidades passam por
situações semelhantes".
No Rio de Janeiro houve tragédias em Angra dos Reis em
decorrência da ocupação desordenada das encostas e de
áreas de risco na praia e, ainda,
na Baixada Fluminense.
Enquanto Angra estima um
prejuízo de R$ 217 milhões, Nova Iguaçu, por exemplo, calcula
em R$ 20 milhões os custos para recuperar os estragos. Já no
Espírito Santo, os prejuízos
chegam a R$ 165 milhões.
No Rio Grande do Sul, só a reconstrução da ponte em Agudo,
segundo especialistas, vai custar R$ 2,6 milhões. A cidade de
Candelária calcula sua conta
em R$ 20 milhões.
No interior paulista, a cidade
de São Luiz do Paraitinga e
áreas rurais do município de
Cunha terão de ser refeitas.
A primeira teve pelo menos
340 edificações atingidas, sendo 40 históricas, segundo o IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas). A segunda terá de
reerguer 300 pontes. Nos dois
casos, a estimativa, por baixo, é
de R$ 120 milhões. Isso sem incluir os danos ao turismo -São
Luiz já cancelou seu tradicional
Carnaval.
Atibaia e Capivari também
tiveram bairros inteiros inundados. No caso da segunda, a
prefeitura estima gastar ao menos R$ 2 milhões.
Na capital, além de tapar buracos históricos como o da avenida Nove de Julho, a prefeitura anunciou que vai gastar R$
300 milhões na limpeza da lama e na revitalização do Jardim
Pantanal, na zona leste.
A estimativa dos custos para
recuperação das áreas atingidas pelas chuvas no Rio, em São
Paulo e na região Sul não levam
em conta os gastos que serão
feitos em obras novas para evitar a repetição dos problemas.
Nem danos para os agricultores
afetados pelas cheias.
Colaboraram a Reportagem Local,
a Sucursal do Rio e a Agência Folha
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